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Notícias | Região Decepção

Com veto da Anvisa, região fica sem a vacina russa Sputnik V

Prefeitos da região discutiam de forma paralela comprar o imunizante para acelerar a vacinação; agora, esta alternativa caiu por terra

Publicado em: 29.04.2021 às 03:00

Vacina russa Sputnik V tem eficácia superior a 91% Foto: Oliver Bunic / AFP
Aposta das cidades da Região Metropolitana para acelerar a campanha de vacinação contra a Covid-19, a importação e o uso da vacina russa Sputnik V foi vetado na segunda-feira à noite pela Agência Brasileira de Vigilância Sanitária (Anvisa). A notícia traz frustração à ideia de ampliar o número de imunizados.

"Lamento muito essa decisão da Anvisa e acho que o Brasil perde muito. A gente sabe que tem outros países usando e sabemos que tem um fundo político nisso tudo. Já estão faltando vacinas de segunda dose nos municípios e não conseguimos avançar na vacinação", declarou o prefeito da cidade de Nova Santa Rita e ex-presidente do Consórcio dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal), Rodrigo Battistella.

Conforme Battistella, a intenção de compra da Granpal era de 1,8 milhão de doses da Sputnik. "O documento de importação estava pronto e acredito que as doses seriam entregues em até 60 dias. A única solução que temos é vacinar as pessoas e infelizmente nós, prefeitos e governadores, estamos tentando abrir frentes de compras com laboratórios e somos barrados pelo governo federal, que era pra ser o principal ator de fomento das vacinas", destacou.

Battistella ainda reiterou a falta de doses das vacinas já usadas no Brasil.

Encarregado pelo presidente da Granpal e pelo prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, para liderar as tratativas de aquisição de vacinas, o prefeito de Esteio, Leonardo Pascoal, garante que qualquer compra obrigatoriamente passa pela aprovação da Anvisa. "De modo algum o consórcio irá adquirir vacinas, Sputnik ou qualquer outra, que não estejam de acordo com a legislação brasileira", disse Pascoal.

Esperança na vacina do Sinopharm Biotec

Nesta quinta-feira (29), o prefeito canoense Jairo Jorge participa de uma reunião do Consórcio Nacional de Vacinas das Cidades Brasileiras (Conectar) com o embaixador da China no Brasil para debater a compra da vacina Sinovac, elaborada pelo laboratório Sinopharm Biotec. Em entrevista ao DC, Jairo já havia sinalizado que o município tenta todas as frentes para ampliar a vacinação.

O Conectar, que conta com apoio da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), tem intenção de comprar 15 milhões de doses da Sinovac.

Antes, a aposta do consórcio era em 30 milhões de doses da Sputnik V. A expectativa era receber, em um primeiro lote, cinco milhões de unidades entre maio e junho. As outras 25 milhões de doses chegariam no país até dezembro.

O que diz a Anvisa

Produzida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia, a Sputnik V foi rejeitada pelos 5 diretores da Anvisa. De acordo com a agência brasileira, foram apontadas falhas e pendências na documentação apresentada pelo fabricante.

Um dos argumentos da Anvisa para barrar a importação e o uso do imunizante foi a presença de adenovírus em um dos lotes da vacina analisados no país, o que pode trazer riscos para a saúde.

Segundo a Agência, o adenovírus possui uma capacidade natural de replicação no corpo humano, mas quando utilizado na forma de imunizante deve ter essa capacidade de reprodução neutralizada, o que não teria ocorrido no caso dos lotes da Sputnik V avaliados pelas autoridades brasileiras, podendo causar viroses e outros problemas de saúde.

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