Desenvolver projetos científicos que façam a diferença e ajudem a melhorar a vida das pessoas é o sonho de muitos estudantes. Mas ter o seu trabalho reconhecido internacionalmente é algo para poucos. Monique Maiara Ackermann, de 13 anos, está nesse seleto grupo. A jovem prodígio de Três Coroas é a única representante do Brasil em um evento mundial realizado nos Estados Unidos, a Broadcom Masters Internacional.
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O programa pertence à Society for Science & the Public e busca estimular a formação de líderes que se dedicam ao desenvolvimento científico. A entidade sem fins lucrativos promove competições de educação científica em nível internacional desde 1942 e já ajudou a descobrir inúmeros talentos.
Como ocorre na maioria dos casos, a conquista de Monique é fruto do trabalho em equipe - professores motivados a ensinar e alunos sedentos por aprender. Estudante da Escola Municipal de Ensino Fundamental Águas Brancas, foi instigada pela professora de Ciências Glaucea Aires Bublitz, que passou-lhe uma atividade pela plataforma virtual Google Classroom sobre circuitos elétricos. "Depois de pronto, ela achou o resultado muito interessante e disse que eu deveria realizar um projeto para participar da Mostratec", conta.
O resultado foi ainda melhor do que o esperado e ela conquistou o Prêmio Broadcom durante a Mostratec Júnior Virtual (Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia), organizada de 9 a 11 de dezembro do ano passado pela Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, de Novo Hamburgo.
A conquista encheu de orgulho os colegas de aula e os pais, Fábio Henrique Ackermann, 51, e Neli Maria Pereira, 44, assim como os irmãos, Matheus, 23, Sophia, 18, e a pequena Helena, 3. "Ela sempre foi muito estudiosa e tenho certeza que terá um futuro brilhante", aposta a mãe-coruja.
O evento internacional começou neste domingo (16) e segue até a próxima sexta-feira (21), mas a primeira participação de Monique ocorrerá nesta segunda-feira (17), via plataforma Zoom, durante aproximadamente três ou quatro horas diárias. Devido à pandemia, ela e os demais representantes de 22 países interagem de forma on-line. Uma pena, pois o sonho dela é visitar os Estados Unidos, principalmente cidades como Nova York. Mas nem isso tira o seu entusiasmo. "Espero pode aprender muito nesta viagem virtual", explica.
Também é uma excelente oportunidade de praticar a conversação em Inglês - ela frequenta curso particular desde os 7 anos de idade. Por hora, ela torce para que Brasil faça mais investimentos na educação e pesquisa para que projetos como o seu não fiquem só na teoria.
Intitulado "Circuitos elétricos ligando conhecimentos científicos na pandemia", o trabalho de Monique foi feito com muita pesquisa e propõe o desenvolvimento de um dispositivo multifunções, que não apenas proteja crianças e adultos de levar choques como também avise quando houver algum problema na rede elétrica.