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Após uma série de reclamações da comunidade, o Procon de Montenegro decidiu acionar a Corsan sobre a má qualidade da água. Em nota divulgada nesta segunda-feira (21), a prefeitura afirma que o órgão irá apurar as causas do problema e, dependendo dos resultados, buscará a responsabilização da estatal.
“Além de verificar se a água fornecida é própria para consumo, queremos saber quais providências estão sendo tomadas para resolver o problema e até quando isso ocorrerá”, avalia o secretário-executivo do Procon do município, Fábio Junior Barbosa. A Corsan tem dez dias para dar explicações.
Fábio explica que a base da ação do Procon é o artigo 31 do Decreto Municipal 5.242/2010, além do próprio Código de Defesa do Consumidor, que, em seu artigo 2º, parágrafo único, define a coletividade como consumidor equiparado. “Nosso objetivo é a verificação de possível infração por vício de qualidade às relações de consumo”, ressalta.
A reportagem fez contato com a assessoria de imprensa da Corsan nesta manhã e recebeu retorno por volta das 19h30. A concessionária explica que o período de estiagem enfrentado pelo Estado "provoca alterações na qualidade dos mananciais. Com a chegada do calor, algumas alterações nos mananciais se intensificam".
Citando a situação de Montenegro, justifica que os técnicos estão observando a qualidade da água no município desde novembro de 2021, quando iniciaram a aplicação de carvão ativado. "No entanto, o gosto na água tratada se intensificou nos últimos dias, depois de alterações nas características da água bruta". Acrescentando que "a água distribuída é absolutamente segura e não representa nenhum risco à saúde".
Confira a nota
"O Estado do Rio Grande do Sul enfrenta um longo período de estiagem, o que provoca alterações na qualidade dos mananciais. Com a chegada do calor, algumas alterações nos mananciais se intensificam. Informamos que a Corsan realiza o monitoramento e procedimentos necessários para minimizar os efeitos dessas ocorrências. Como exemplo citamos a dosagem de carvão ativado, produto que atua na remoção das substâncias causadoras de odor e gosto. No entanto, o paladar e o olfato humanos têm uma grande capacidade em detectar essas substâncias, mesmo em concentrações baixíssimas, da ordem de bilionésimos de grama por litro de água.
Em Montenegro, mais especificamente, esta situação já vem sendo acompanhada pelos técnicos da Corsan desde novembro de 2021, quando iniciamos a aplicação de carvão ativado. No entanto, o gosto na água tratada se intensificou nos últimos dias, depois de alterações nas características da água bruta.
Sobre os relatos de coloração na água distribuída, a Corsan informa que além do monitoramento da água tratada na saída das Estações de Tratamento, a Corsan monitora a qualidade da água em diversos pontos da rede de distribuição conforme plano de amostragem estabelecido pelo Ministério da Saúde (Anexo XX da Portaria de Consolidação Nº 05/2017, alterado pelas Portarias GM/MS 888/2021 e 2472/2021). Mesmo atendendo ao padrão de potabilidade estabelecido pelo Ministério da Saúde, a água tratada contém residuais de substâncias presentes naturalmente na água in natura (como ferro e manganês) que, ao longo do tempo, podem vir a formar incrustações em determinados pontos da rede de distribuição.
Em função de variações de velocidade e pressão do fluido no interior da tubulação, retorno da água após interrupção, pode ocorrer desprendimento dessas incrustações com consequente aparecimento de água com cor e turbidez alteradas (aspecto indesejável). As providências adotadas pela CORSAN nesses casos consistem na abertura de terminais de rede de distribuição para descartar essa água, por isso a importância de comunicar a Companhia sobre os eventos relatados.
Os usuários devem entrar em contato com a CORSAN por meio dos canais oficiais de comunicação da Companhia (site, app, call center) sempre que verificadas alterações na qualidade da água para que a equipe técnica possa tomar as providências necessárias.
Reforçamos que as situações de cor, gosto e odor na água tratada no momento se encontram contornadas. Sendo possível que alguns moradores ainda sintam as alterações por conta da água armazenada nos reservatórios domiciliares e locais mais distantes, onde a troca da água na tubulação ocorre de maneira mais gradual.
Por fim, ressaltamos que a água distribuída é absolutamente segura e não representa nenhum risco à saúde. A Corsan realiza o monitoramento da qualidade da água conforme estabelecido pela Portaria de Potabilidade do Ministério da Saúde. Também é realizado monitoramento horário nas Estações de Tratamento de Água, com captação em mananciais superficiais, durante todas as etapas de tratamento. Os resultados de análises que atestam a qualidade da água são disponibilizados no site da Corsan, assim como os resultados do monitoramento de todos os parâmetros exigidos pela legislação vigente são reportados à vigilância sanitária através do SISAGUA.”
