Ele está entre nós. No mais recente Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), a presença do mosquito transmissor da dengue foi identificada em Novo Hamburgo. A pesquisa, realizada pelo Projeto de Combate e Prevenção à Dengue - uma parceria entre Prefeitura e Universidade Feevale -, classificou a cidade no grau 4,9 do Índice de Infestação Predial (IIP).
Apesar do peso que a palavra "surto" carrega, a condição hamburguense não é totalmente alarmante pela inexistência do vírus circulando na cidade. Ou seja: o mosquito circula por aqui, mas ainda não transmite a dengue ou outra doença.
A dengue, contudo, pode não demorar a chegar em Novo Hamburgo. Municípios próximos, como Ivoti e Dois Irmãos, já registraram casos recentes da doença.
"Assim como o coronavírus, há casos de pacientes infectados, mas assintomáticos. Também há situações de doentes que ainda não sentiram nenhum tipo de sintoma. Isso significa que muitas pessoas podem trazer a dengue para Novo Hamburgo sem saber e serem picadas pelo mosquito que transmitirá para outros moradores", explica Marina.
Agenda
Em Novo Hamburgo, o LIRAa é realizado quatro vezes por ano - uma por estação. O levantamento dita as condutas de combate ao mosquito, que foram alteradas após a classificação de 4,9.
Uma delas é visita de conscientização feita a 100% dos imóveis. Ela será intensificada, especialmente nas áreas da cidade que apresentaram uma maior infestação de mosquitos.
"Reforçamos os ensinamentos sobre como evitar e eliminar possíveis focos do mosquito", relata a bióloga, que ainda acrescenta: "logicamente também faremos tratamento mecânico (como esvaziar e secar pontos com água parada) e aplicaremos larvicidas para evitar que o mosquito se desenvolva."
Caso Novo Hamburgo venha a registrar casos positivos de dengue, as medidas poderiam ser alteradas. "Nesse caso, teríamos de organizar em conjunto com a vigilância sanitária", complementa Marina.
Uma das cidades citadas com casos positivos de dengue, Dois Irmãos teve a confirmação de um caso no perímetro urbano. Foi entre os bairros Floresta e Vale Verde, locais apontados pela prefeitura como prováveis lugares de contágio. Além deste paciente, um outro membro de sua família já apresentou sintomas semelhantes e aguarda resultado de teste.
Segundo a chefe da Vigilância em Saúde, Edna Monteiro da Costa, profissionais da Secretaria de Saúde já visitaram o local onde reside o infectado para prestar orientações, identificar e eliminar focos do mosquito. Nos próximos dias também será aplicado inseticida na área.
Já em Ivoti, o mais recente levantamento, feito em janeiro, classificou a cidade no nível 2,3. Isso deixa o município em risco médio de surto, mesmo com os três casos em 2022.
Para evitar que esses números cresçam, a prefeitura informou que realiza visitas domiciliares ininterruptamente ao longo do ano. Nesta ação é feita a chamada educação sanitária, no qual a população é orientada sobre a importância e as formas de prevenir a disseminação do mosquito.
Outras cidades da região também já realizaram o LIRAa em 2022. Em Parobé, foram coletadas 103 amostras por toda a cidade e 16 delas apresentaram o Aedes aegypti. A cidade está em situação semelhante a Novo Hamburgo: tem o mosquito, mas não tem o vírus da dengue. Em Sapiranga, o último levantamento foi feito em janeiro e identificou 73 larvas do inseto em 92 amostras coletadas. Já Taquara informou que o próximo levantamento está previsto somente para abril, mas já encontrou o Aedes aegypti na cidade esse ano. Casos confirmados, porém, não foram registrados.