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Notícias | Região PANDEMIA

Uso de máscara está em discussão na Região Metropolitana

Porto Alegre convoca reunião e Vale do Sinos avalia possíveis ações

Por Débora Ertel
Publicado em: 09.03.2022 às 03:00 Última atualização: 09.03.2022 às 22:04

O debate sobre o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras no Rio Grande do Sul deve ganhar um novo capítulo nesta semana. O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, convocou uma reunião sobre o uso dos equipamentos de proteção individual (EPI) em espaços abertos. O encontro será nesta quinta-feira (10) com os municípios integrantes da Região 10 da saúde e vai reunir representantes de universidades, entre eles Fernando Spilki, virologista e professor da Universidade Feevale. A expectativa é que a decisão tomada pela capital do Estado tenha reflexos em todo o território gaúcho.

Máscaras de proteção contra coronavírus
Máscaras de proteção contra coronavírus Foto: Pexels
O governo do Estado havia publicado decreto que retirava a obrigatoriedade para menores de 12 anos, decisão que foi suspensa por liminar judicial no último fim de semana. O Piratini recorreu e aguarda o julgamento.

Debate

Segundo Melo, Porto Alegre tem a obrigação de promover um debate científico sobre o assunto. "Não é uma coisa de achismo. Se os outros municípios estão retirando as máscaras, não deve ser no achismo", ponderou. De acordo com ele, foram registradas aglomerações no carnaval, por mais que desfiles tenham sido cancelados.

"Então os próximos dez dias serão decisivos do ponto de vista da pandemia", avalia. Ainda conforme Melo, é comum ver pessoas chegando em eventos e retirando a máscara depois que passam pela cancela. "Isso está acontecendo em todo o Rio Grande do Sul, aqui na Região Metropolitana e na praia mais ainda", constata.

Amvars

Mas antes da reunião convocada pela prefeitura porto-alegrense, terá reunião da Associação dos Municípios do Vale do Rio dos Sinos (Amvars). Os prefeitos deverão discutir se enviam ao Piratini um ofício solicitando que a decisão pela obrigatoriedade de máscaras seja dos municípios e não mais do governo do Estado.

No entanto, por meio da assessoria de imprensa, a entidade deixa claro que não tomará nenhuma decisão sem ter o aval do Executivo gaúcho. Sobre o encontro convocado por Sebastião Melo, a Amvars declara que ficará atenta ao debate.

A Secretaria Estadual da Saúde foi questionada se existe a possibilidade de ser publicado novo decreto autorizando os municípios a decidirem pelo uso ou não de máscaras. "Não temos como antecipar decisões, especialmente as que são decididas em nível de gabinete de crise", disse a nota.

O governador Eduardo Leite está em viagem oficial nos Estados Unidos.

No País e no mundo

Enquanto isso, no Brasil e no mundo diariamente há notícias sobre mudanças no uso de máscaras. A prefeitura do Rio de Janeiro decidiu pelo não uso do EPI em locais fechados depois que o governo do Estado fluminense transferiu para os municípios a regulamentação da obrigatoriedade. Na terça-feira (8), o governo do Mato Grosso fez o mesmo e agora caberá aos prefeitos deste Estado a decisão sobre a obrigatoriedade de máscaras em espaços públicos e privados. Sergipe também anunciou que vai enviar à Assembleia Legislativa projeto para revogar o uso do EPI.

Na semana passada, Belo Horizonte dispensou o uso de máscaras ao ar livre e existe a possibilidade da medida ser estendida ao Estado mineiro na próxima semana. Já em Santa Catarina, a utilização de máscaras por crianças entre 6 e 12 anos foi dispensada desde 2 de março. Ainda se cogita que o governo de São Paulo também suspenda a obrigatoriedade

No mundo, na Espanha desde 4 de fevereiro o uso de máscaras de proteção contra a Covid-19 ao ar livre deixou de ser exigido. Em Nova York, nos Estados Unidos, deixou de ser obrigatório em lugares abertos em 10 de fevereiro. França, Itália e Nova Zelândia também já dispensaram o equipamento.

"Sacrifício pequeno", avalia especialista sobre o uso

Na avaliação do virologista Fernando Spilki, que será um dos técnicos ouvidos na reunião de quinta, a retirada de máscara em ambiente fechado é complicada. "Por isso é surpreendente o que fez o Rio de Janeiro", diz. Segundo ele, é válido chamar a comunidade para discutir a retirada do EPI em locais abertos, onde grupos de pessoas próximas que já convivem ficam juntas. "Mas uma coisa é um passeio no Parcão. Outra é um Gre-Nal ou um show, onde todo mundo está lado a lado", compara.

Eficiência

O virologista avalia que em ambientes fechados onde há convivência por várias horas contínuas, como escolas, a continuidade da máscara deve se dar por um tempo mais longo. "A máscara tem uma eficiência muito grande. É um sacrifício muito pequeno perto de tudo que já fizemos", salienta.

Enquanto que no ano-novo o Rio Grande do Sul bateu recorde de contaminação com a variante Ômicron, mesmo depois do carnaval os casos confirmados estão em queda. No dia 26 de fevereiro, começo do feriadão de carnaval, a média móvel de novos casos era de 4.322. Na segunda-feira, a média móvel estava em 1.669, uma queda de 61,38%.

No Centro de Triagem Covid-19 de Novo Hamburgo, janeiro registrou 5.110 atendimentos, o maior número desde a criação do serviço; fevereiro teve 2.506 atendimentos e até o dia 7 de março foram 252.

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