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Notícias | Região OPERAÇÃO FIM DO JOGO

Facção usava dinheiro da exploração de jogos de azar na região para comprar armas e drogas

Grupo criminoso com atuação no Vale do Sinos mantinha esquema com empresas de fachada para lavagem de dinheiro; foram sequestrados ao menos R$ 10 milhões em bens

Por Da redação
Publicado em: 17.03.2022 às 09:00 Última atualização: 17.03.2022 às 13:39

O dinheiro da exploração de jogos de azar na região é usado pela principal facção do Vale do Sinos para a compra de armas e drogas, segundo investigação da Polícia Civil. Em ação na manhã desta quinta-feira (17), o grupo criminoso teve mais de R$ 10 milhões em bens sequestrados pela Justiça

As casas de jogos funcionavam em Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Novo Hamburgo. As buscas foram feitas ainda em Campo Bom, Nova Hartz e Porto Alegre.

O delegado Gabriel Borges, com o microfone, coordenou a investigação que culminou na operação
O delegado Gabriel Borges, com o microfone, coordenou a investigação que culminou na operação Foto: PAULO PIRES/GES
O dinheiro, segundo o delegado Gabriel Borges, que coordenou a investigação na 1ª Delegacia de Polícia (DP) de Sapucaia do Sul, vinha de esquema de lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada. O grupo também agia com ameaças, associação criminosa e tráfico de entorpecentes. 

Ao longo da investigação, explica o delegado, foi descoberto um complexo esquema usado pelos criminosos. "Identificamos pelo menos 20 pessoas que acreditamos que têm contato permanente com uma facção criminosa. Eles mantinham uma rede de casas que não parou durante a pandemia e por isso sempre faturou muito".

Borges conta que o caso começou a ser apurado após demanda da Brigada Militar. "Tudo começou há um ano, quando a pandemia estava no ápice e a Brigada Militar não parava de fechar casas de jogos de azar", recorda. "Na época, a principal preocupação era que as aglomerações colocavam a todos em risco, mas a gente queria entender como os responsáveis reabriam as portas tão rápido".

O delegado aponta que os proprietários assinavam um Termo Circunstanciado (TC) e voltavam a promover a jogatina apenas dois dias após serem flagrados pela BM. "Era necessário fazer algo mais enérgico", diz.

Novas provas serão investigadas

A operação Fim do Jogo teve um total de 33 mandados de busca, 42 de indisponibilidades de bens móveis e imóveis e 68 quebras de sigilo bancário, fiscal e tributário foram garantidos durante o cumprimento dos mandados.

Somadas as buscas por armas e drogas, os policiais envolvidos na ação dedicaram tempo extra na busca por documentos, cartões e aparelhos celulares. Isso porque, na avaliação do delegado Gabriel Borges, a ofensiva vai garantir que a investigação continue.

O material apreendido em apartamentos e condomínios e luxo nesta quinta-feira passará por uma análise cuidadosa, conforme diz. "Penso que o material apreendido nas casas dos investigados possa jogar mais luz sobre o funcionamento do esquema", frisa. "Contratos de compras de imóveis, carros e outros bens serão analisados com cuidado e devem acrescentar provas contra os suspeitos".

A operação desencadeada pela Polícia Civil teve parceria da Brigada Militar (BM). O objetivo da ofensiva foi enfraquecer a facção.

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