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Notícias | Região EDUCAÇÃO

Uergs diz que oferta da prefeitura de Montenegro é insuficiente para garantir permanência do câmpus na cidade

De acordo com a instituição, terreno não é o bastante para manter o funcionamento dos cursos no município

Por Débora Ertel
Publicado em: 27.07.2022 às 15:34 Última atualização: 27.07.2022 às 15:54

A gestão da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) divulgou nota oficial sobre a situação da sede dos cursos de Graduação em Artes, de Montenegro. O câmpus funciona junto à Fundação Municipal de Artes (Fundarte) e conta com 300 alunos. Desde 2017, há mobilizações locais que têm como objetivo de evitar o possível fechamento da unidade. Conforme a Uergs, decisões de transferência ou fechamento são tomadas pelo Conselho Superior da Universidade (Consun). Até o momento, o assunto não chegou ao órgão, "estando o processo ainda na fase de instrução".

Uergs
Uergs Foto: Reprodução

Durante quatro meses, um grupo de trabalho formado por representantes dos docentes, estudantes e corpo técnico fizeram um levantamento de todas as dificuldades de funcionamento do campus. Pouco espaço físico, falta de transporte público e apontamentos dos órgãos de fiscalização foram problemas apresentados.

Em junho, foi realizada uma audiência pública na Câmara de Vereadores montenegrina para tratar da importância da Uergs no desenvolvimento regional. Na ocasião, foi retomado o fato de que a prefeitura já havia ofertado uma área para a construção de sede própria.

Conforme a nota da instituição, até o momento a reitoria da Uergs não recebeu uma proposta oficial da prefeitura sobre doação de terreno para a construção da sede. Ainda segundo a manifestação, essa é uma “condição elementar e indispensável” para avaliar a oferta.

A administração municipal, por sua vez, informou que reitera a oferta de um terreno para a implantação do câmpus e que uma comunicação oficial deve ser encaminhada à Uergs ainda esta semana.

No entanto, a Uergs esclarece que a oferta de um terreno não é suficiente para manter o funcionamento dos cursos em Montenegro. “Eventual oferta de terreno precisa ser necessariamente acompanhada dos respectivos projetos que permitam a realização de procedimento licitatório”, diz a nota. A instituição já conta com terrenos doados por outros municípios para a construção de sedes locais e nenhuma área recebeu obras porque não há recursos.

Instituição aponta outras problemas

A nota ainda esclarece que a Uergs mantém um termo de cessão com a Fundarte e não um contrato de aluguel. “Essa situação motivou reiterados apontamentos pelos órgãos de auditoria e controle do Estado, o que fez com que a Uergs aprimorasse o referido termo”, aponta o documento. Apesar disso, ainda há pontos considerados em auditoria que não foram atendidos.

De acordo com a Uergs, outro tópico problemático é que o compartilhamento do espaço físico da Fundarte tornou-se insuficiente para abrigar toda a demanda de trabalho da unidade. O câmpus contempla atividades de graduação, pesquisa, extensão e pós-graduação. São 66 alunos de Artes Visuais, 52 de Dança, 103 de Música e 79 de Teatro.

A falta de oferta de linhas de ônibus de outras cidades para Montenegro também é apontada como um problema que, de acordo com a Uergs, colabora com evasões e abandonos. Não há mais transporte público no final da noite, horário de encerramento das aulas. Por fim, a universidade salienta que as práticas de estágio dos quatro cursos vêm sendo prejudicadas pelo baixo número de escolas disponíveis. 

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