Preço do litro do leite segue alto mesmo após redução de quase 15%
Conseleite aponta que diminuição do preço de referência pago ao produtor só deve ser sentido no bolso do consumidor a partir de setembro; confira a média de valores encontrados pela reportagem em Novo Hamburgo
Após meses de alta no preço pago pela indústria aos produtores de leite, o Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado do Rio Grande de Sul (Conseleite-RS) divulgou, nesta terça-feira (23), o indicador do valor do litro do leite. Os dados publicados mostram que, em comparação com o mês de julho, em agosto houve uma redução de 14,8% no preço de referência pago ao produtor - o que deixou a remuneração dos produtores, neste mês, em R$ 2,81 por litro. Mesmo com a redução, caso o item não seja adquirido com valor promocional, o litro do leite segue mais caro que o litro da gasolina.Segundo o vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS) e coordenador do Conseleite, Eugênio Zanetti, o bolso do consumidor vai sentir a queda do preço apenas no mês de setembro. “Já podemos sentir reflexos e baixa do litro de leite nas prateleiras dos supermercados, mas em setembro o valor deve reduzir um pouco mais”, explica.
Zanetti conta que a redução é consequência do crescimento no volume de captação do leite no Estado, já que é período de safra. Além disso, o recuo do valor dos combustíveis, em especial o diesel, também tem reflexo na redução do leite e demais produtos de supermercados. “Outra causa foi porque os preços estavam muito elevados e o poder de compra do brasileiro está em baixa, então houve uma retração nas vendas, aliados a um aumento na captação de leite, tendo mais oferta do que a consumação”, destaca.
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Nesta quarta-feira (24), a reportagem fez pesquisa em mercados do Centro e Pátria Nova, em Novo Hamburgo. Nestes locais, o litro do leite foi encontrado com valores entre R$ 4,49 a R$ 7,99, que variavam conforme a marca e o estabelecimento. Já em junho, uma pesquisa semelhante apontou que o menor valor encontrado era de R$ 5,65.
Segundo Zanetti, a tendência é que, a partir de agora, os valores de referência estabelizem ou, até mesmo, reduzam ainda mais até o final do ano.
Estabelecimentos ainda driblam a inflação
Em um supermercado no bairro Pátria Nova, a gerente Sheila Pedrozo afirma que, há poucos dias, houve uma redução de 15% no valor do litro do leite, porém, os valores ainda não estão atrativos para o consumidor. “Para evitar a queda nas compras, a gente tenta driblar a inflação. Além de colocar produtos em promoção seguidamente, adotamos uma tática que está dando certo: passamos a colocar o leite em pó na mesma prateleira do leite em caixa, pois assim o consumidor tem uma segunda alternativa, já que o leite em pó acaba rendendo mais e saindo mais barato para o cliente”, explica Sheila.
Em outro supermercado, no Centro, o gerente Gerson Lisboa garante um preço mais acessível quando adquire grande quantidade de leite na mesma compra. “Desde que os valores ficaram super altos, estamos fazendo pedido somente de carreta fechada, assim conseguimos um valor melhor e, consequentemente, o cliente também. Além disso, existem marcas que baixamos para preço de custo, para poder atrair o consumidor e em promoções, em agosto, conseguimos preço de R$ 4,29 o litro”, conta Lisboa.