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Aos 100 anos, morre Emília Margret Sauer, professora dedicada ao ensino das artes

Cidadã de Novo Hamburgo de 2020 e fundadora do Instituto Belas Artes de Novo Hamburgo, Emília morreu na tarde deste domingo

Por Susi Mello
Publicado em: 16.10.2022 às 15:59 Última atualização: 16.10.2022 às 16:43

Cidadã de Novo Hamburgo de 2020 e fundadora do Instituto Belas Artes de Novo Hamburgo, a professora de piano Emília Margret Sauer morreu na tarde deste domingo (16), aos 100 anos. O comunicado de seu falecimento foi feito em nota de pesar da Fundação Ernesto Frederico Scheffel, por meio do curador Angelo Reinheimer. Segundo o texto, ela faleceu no Hospital Unimed, por volta das 14h30. Ainda não há informações sobre o velório e o local do sepultamento. Na nota, a Fundação Scheffel salienta que Novo Hamburgo se despede de uma "vida centenária dedicada ao ensino da arte".

Emília Margret Sauer
Emília Margret Sauer Foto: Divulgação


Nos últimos anos, Emília Sauer viveu no residencial Sinfonia, sua última moradia hamburguense, "onde era muito querida por todos e sempre tratada com o máximo carinho pela a equipe do residencial. Também a sua estada em Novo Hamburgo trouxe a possibilidade de conviver com amigos e ex-alunas."

"O ensino de arte do Vale do Sinos, em especial da cidade de Novo Hamburgo, agradece o privilégio de ter compartilhado o último século com a senhora, Professora Emi. Obrigado, Dona Emi, fechamos as cortinas lhe saudando: Bravo, bravíssimo!", encerra a nota.

Em julho deste ano, quando completou 100 anos, com a saúde debilitada, se locomovendo com a ajuda de uma cadeira de rodas e distante do piano, ela ficou empolgada ao saber que seu centenário seria notícia no Jornal NH. "Que bom, vai ficar lindo", declarou.

Comemoração pelos 100 anos de Emília Margret Sauer
Comemoração pelos 100 anos de Emília Margret Sauer Foto: Acervo pessoal

Leia a nota na íntegra:

"A Fundação Ernesto Frederico Scheffel, com muito pesar, comunica o falecimento da Professora Emília Margret Sauer 1922 – 2022 Novo Hamburgo se despede hoje de Emília Margret Sauer, uma vida centenária dedicada ao ensino da Arte.

Nascida a 25 de julho de 1922, em Ijuí, filha do pastor luterano Jacob Sauer e da escritora Clara Maria Sauer, alemães emigrados para o Brasil no ano de 1920, Emília Margret Sauer, ou Dona Emi, foi um dos nomes mais importantes na história do ensino de arte em Novo Hamburgo.

A família veio para o Vale do Sinos em 1928, quando o pai assuniu a vaga de pastor na Comunidade Evangélica de Confissão Luterana de Lomba Grande, residindo ali até 1950, quando o pastor Sauer faleceu num acidente de carro.

Formada em música pelo conservatório Carlos Gomes, do Colégio São José de São Leopoldo, com a morte do pai, Emi, a irmã Elizabetha e a mãe montaram uma pequena escola, onde as irmãs davam aulas de piano e a mãe lecionava inglês, francês e alemão. A escola, inicialmente, se instalou num pequeno chalé na rua Corte Real.

Em 1954, com o aumento considerável do número de alunos, Dona Emi procurou o prefeito Carlos Armando Koch com duas demandas: formalizar o registro da escola e buscar um local maior e melhor adaptado para instalar a Escola de Música das Irmãs Sauer.

A escola foi, de fato, registrada somente em 1958, já como Instituto de Belas Artes. Quanto ao espaço, Dona Emi conseguiu transferir a escola para o antigo prédio da Farmácia Campani, que também abrigara o Tiro de Guerra e que havia sido doada pela família Campani à prefeitura para fins de "instrução pública".

No prédio da Av. Primeiro de Março, Emi Sauer fundou o Instituto de Belas Artes de Novo Hamburgo (IBA), cuja atuação se dava, além da música, também na dança e nas artes plásticas.

O Instituto de Belas Artes foi o primeiro curso de formação superior registrado em Novo Hamburgo, sendo considerado o embrião do movimento que fundou a ASPEUR e deu origem à Universidade Feevale.

Na década de 1960, Emi - então casada com o austríaco Alfredo Häckl - deixou a direção do IBA e mudou-se para São Leopoldo, onde trabalhou como professora de canto orfeônico no colégio Visconde de São Leopoldo e com musicoterapia na APAE daquele município.

Emília Sauer retornou para Novo Hamburgo no início dos anos 2000, já octogenária, sempre disposta a receber aqueles que a procuravam para uma boa conversa sobre arte, música e cultura.

Nos últimos anos, Dona Emília Sauer viveu no residencial Sinfonia, sua última moradia hamburguense, onde era muito querida por todos e sempre tratada com o máximo carinho pela a equipe do residencial. Também a sua estada em Novo Hamburgo trouxe a possibilidade de conviver com amigos e ex-alunas.

Em 2020 recebeu o Título de Cidadã de Novo Hamburgo, outorgado pela Câmara Municipal de Vereadores.

O ensino de arte do Vale do Sinos, em especial da cidade de Novo Hamburgo, agradece o privilégio de ter compartilhado o último século com a senhora, Professora Emi.

Obrigado, Dona Emi, fechamos as cortinas lhe saudando: Bravo, bravíssimo!"

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