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Notícias | Região PROJETOS E INVESTIMENTOS

Consórcio assume gestão do Parque do Caracol em novembro

Ponto turístico de Canela deve ficar fechado por 10 dias para melhorias; haverá período de transição com a prefeitura

Por Mônica Pereira
Publicado em: 21.10.2022 às 21:05

Falta cerca de um mês para que o Consórcio Novo Caracol assuma a gestão dos parques estaduais do Caracol, em Canela, e Tainhas, que fica entre os municípios de Jaquirana, Cambará do Sul e São Francisco de Paula. A empresa, através de uma concessão de 30 anos, tem a missão de fomentar o turismo e o desenvolvimento ambiental dos atrativos.

Cascata do Caracol é um dos locais mais visitados do Estado
Cascata do Caracol é um dos locais mais visitados do Estado Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL
A partir da segunda quinzena de novembro, inicia efetivamente o período de transição entre a administração pública e a privada. No caso do Caracol, o parque deve ficar fechado por cerca de dez dias para que algumas melhorias sejam implantadas, com reabertura programada para os primeiros dias de dezembro.

Consórcio

O consórcio que responde agora pelos dois parques é formado pela Iter Parques, que opera os bondinhos do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, e pela Pianura Participações, responsável pelas rodas-gigantes de São Paulo e de Balneário Camboriú, em Santa Catarina.

Para o CEO do Grupo Iter, Sandro Fernandes, participar do processo de concessão dos parques da região teve um motivo estratégico, em um primeiro movimento "fora da pedra", em alusão ao ponto turístico do Rio, gerido por eles há anos. "A gente tinha que ir para um parque tão icônico quanto o Pão de Açúcar e, por isso, o Parque do Caracol junto com o Parque do Tainhas. O Caracol não é só sinônimo de Canela, é do Rio Grande do Sul. Como o bondinho é sinônimo do Rio de Janeiro e do Brasil", comenta.

Sandro diz que o intuito da união é gerar emprego, riqueza e desenvolvimento social não somente para Canela, mas para toda a Serra gaúcha. "Impactar de maneira positiva, respeitando a história e legado do parque, que não estava tendo todo o potencial explorado, no sentido positivo da palavra", frisa o CEO, reforçando a importante tarefa que terá pela frente. "O parque tem uma beleza singular. A Cascata do Caracol ancorando um local já é algo incrível, porém era administrado pelo poder público, que não é especializado em gestão de parques. Os servidores são incríveis e com muita boa vontade, mas sabemos dos desafios. A iniciativa privada faz melhor pela flexibilidade, por poder investir em longo prazo. Nós teremos retorno ao longo de 30 anos, o nosso compromisso com Canela é por 30 anos", salienta.

Ao contrário do Parque do Caracol, o do Tainhas não possui nenhuma estrutura. Mesmo assim, Sandro avalia que ambos possuem desafios. "Pegar um parque já consolidado como Caracol e fazer crescer é tão desafiador quanto o Tainhas, que não tem nada. É uma tela em branco que você pode, junto com os poderes que o edital te dá, criar algo superbacana lá. Estamos muito motivados. Daqui a quatro ou cinco anos nós teremos um parque incrível no Tainhas, focado muito no ecoturismo e vai ser mais um presente para os brasileiros", prospecta.

Projetos

O gestor acentua que ainda não pode adiantar grandes projetos para o futuro dos parques, pois é preciso informações que ainda não obtêm, principalmente ambientais e topográficas. "Mas na abertura as pessoas já vão ver a diferença. A ideia é ter dois ou três atrativos por ano, nos próximos dois ou três anos", adianta. "Vamos fazer um parque incrível, trabalhando cada vez mais com a acessibilidade".

ou três anos", adianta. "Vamos fazer um parque de beleza natural incrível, trabalhando cada vez mais com a acessibilidade", complementa.

"Queremos deixar o parque tão mais atraente que as pessoas fiquem um dia a mais na região. Olha a quantidade de emprego, de impostos, de riqueza que vai ser gerada, de desenvolvimento econômico na cidade. E é isso que nos motiva, saber que a gente vai chegar numa cidade que já tem um potencial incrível e que vamos colaborar de forma propositiva", pondera.

Atualmente, o custo para entrar no atrativo em Canela é de R$ 20. Sandro conta que o grupo está estudando o novo valor, mas que haverá reajuste. Seguindo regras do edital, moradores de Canela têm entrada isenta e Sandro comunica que os de Gramado terão desconto de 50% na compra dos tickets.

Outra definição divulgada é a do executivo Rafael Silveira como gerente-geral de ambos os parques. "A gente entende de gestão de impacto, quem entende de gestão da Serra gaúcha é um gaúcho e, por isso, trouxemos um gaúcho para fazer parte do nosso time de alta gestão", declara.

Investimento

Ao longo de toda a concessão, R$ 464 milhões devem ser empregados nos atrativos, somando os investimentos e as despesas operacionais. Além do montante, o valor de outorga da concessão dos dois parques foi de R$ 150 milhões de reais e 50 centavos. De acordo com Sandro, o número não foi aleatório. "Tem um motivo cabalístico para isso. Se você somar os números, 1, 5 e 5 dá 11 e 11 é um número perfeito na cabala", revela.

Uma das preocupações do Executivo canelense com a concessão era o valor que seria revertido ao município, pois parte dos recursos para a promoção turística da cidade vem do que é arrecadado no Caracol. De acordo com o edital, Canela terá receberá 3% do faturamento bruto do parque. O consórcio precisa, ainda, investir 6% do faturamento em macrotemas, proporcionalmente 81% no Caracol e 19% no Tainhas, que passam por ações de educação ambiental, apoio ao turismo e empreendedorismo digital até projetos de pesquisa e de monitoramento da biodiversidade local.

"Posso afirmar que vamos criar muito mais valor para a cidade de Canela do que teria com a operação que é feita hoje. Não estou nem falando do imposto, pois o imposto vai ser muito maior do que a Prefeitura arrecada atualmente, mas o valor que vamos trazer para a indústria do turismo", evidencia.

Vagas de trabalho

Sandro cita a boa relação que o grupo possui com a Prefeitura de Canela e com o governo do Estado. "Entramos com as mãos dadas com quem está lá, com a cidade, com a sociedade, gerando bons frutos, bom relacionamento. A atual administração fica por um período nos ajudando a entender as nuances do parque. Tudo o que a gente quer é agregar valor e não destruir valor. Eu tenho certeza que a equipe maravilhosa que gere o parque vai conseguir nos ajudar a fazer essa transição de maneira tão única e que somente sobressaiam os pontos positivos que juntos nós vamos trazer para o parque", conclui.

O prefeito de Canela, Constantino Orsolin, confirma que a relação entre o Executivo e o consórcio tem sido excelente, marcada pelo diálogo e cordialidade entre as partes. Apesar de não fazer mais a gestão do parque, a Prefeitura de Canela vai ter o poder de fiscalização e também será ouvida nas decisões. "O Executivo tem poder fiscalizador e todos os projetos a serem implantados no Parque Estadual do Caracol deverão ser analisados pela Prefeitura de Canela, para respectivas aprovações ou solicitações de adequações. Fora o acompanhamento relativo à participação financeira", comenta o prefeito.

Sobre o período de transição, Constantino conta que participou de reuniões com os novos gestores e que ambos estão cumprindo rigorosamente o que está estipulado no edital de concessão.

Referente aos recursos, o prefeito assegura que o valor que o Estado repassa ao Município já não é suficiente para a promover o turismo e os eventos da cidade. "A Prefeitura e a Secretaria de Turismo terão que buscar outras fontes de recursos, utilizando a criatividade e explorando o potencial da marca Canela Paixão Natural", acrescenta.

Entretanto, Constantino acredita que o crescimento do parque será maior com a gestão privada. "Quem me conhece e me acompanha já deve ter escutado uma frase que sempre digo: o poder público deve cuidar da saúde, da educação, da assistência social e da segurança, pois quem sabe gerar recursos e riqueza é a iniciativa privada. E isso vale para o Parque do Caracol que é um dos locais mais visitados e fotografados do País", finaliza.

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