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Notícias | Região ALERTA

Aumento nos casos de Covid-19 preocupa cidades do Paranhana e do Vale do Sinos

Ainda não há elevação expressiva de internações, mas crescimento acende sinal de alerta no RS. Na região de Taquara a elevação foi de 200% em uma semana

Por Carla Fogaça
Publicado em: 17.11.2022 às 03:00 Última atualização: 17.11.2022 às 07:09

A análise dos dados da Covid-19 no Rio Grande do Sul aponta um aumento súbito nos últimos dias. Na região de Taquara (R06) a elevação foi de 200% em uma semana.

Atendimento pacientes suspeita Covid
Atendimento pacientes suspeita Covid Foto: Divulgação

O pesquisador e pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão da Universidade Feevale, Fernando Spilki, fez uma análise sobre os dados divulgados pelo Governo do Estado, através do Sistema 3As de Monitoramento. Os números mostram o cenário da Covid-19, no RS, no período de sete dias. Segundo Spilki, é nítido o aumento na última semana. "Há uma semana a região metropolitana e cidades próximas estavam com níveis estáveis, que é quando o aumento ou a diminuição dos casos fica em até 5%", explica.


Já na última atualização do 3As, na quarta-feira (16), algumas regiões Covid tiveram aumentos expressivos, como é o caso da R06, que inclui Taquara. A R06 teve elevação de 200%. "Subiu muito em uma semana, os dados mostram 39 novos casos, o que nos dá um sinal de alerta. A região de Novo Hamburgo registrou aumento de 64% e a de Capão da Canoa 145,2%, o que podemos considerar como uma elevação consistente. No RS todo, houve aumento de 126,7%", esclarece Spilki.

A tabela é atualizada todos os dias, com indicativo se cada município teve aumento ou baixa. "A incidência total mostra os números de casos confirmados no dia para cada 100 mil habitantes, já os dados da incidência acumulada são os números da última semana e a porcentagem de aumento também é semanal e sempre proporcional para cada 100 mil habitantes", explica o pesquisador, que diz que no momento a internação associada à Covid não sofreu aumento. "Mesmo que esteja havendo um grande crescimento de casos, ainda não se tem problema de aumento de internações na região. Porém, se os casos continuarem subindo, pode ser que aqueles menos imunizados precisem de atendimento hospitalar", reforça Spilki.

Para Spilki a testagem de pessoas com sintomas é importante. "Um alerta que dou é que tanto o indivíduo, como os setores de saúde, busquem testar as pessoas. Não é seguro usar o critério de diagnóstico para afirmar os casos e nem ficar sem testar, para que possamos chegar aos números mais fiéis possíveis."

Cidades testam casos suspeitos

Conforme a Secretaria de Saúde de Novo Hamburgo, a testagem no Município ocorre da mesma maneira que no começo da pandemia e atualmente são feitos cerca de 50 exames de Covid por dia, na Rede Pública de Saúde. "A única mudança desde o início da pandemia foi a desativação do Centro Covid junto ao Hospital Municipal. Com o fechamento do Centro Covid, as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) começaram a fazer o teste. São testadas as pessoas com sintomas, conforme a indicação do Ministério da Saúde", diz o secretário municipal de Saúde, Marcelo Reidel.

Em Capão da Canoa, a testagem de pacientes também segue como sempre foi, pessoas com sintomas que procuram as Unidades de Saúde e são submetidas aos testes. "Não aderimos ao critério de diagnóstico por sintomas, continuamos usando os testes. E quanto ao aumento, realmente tivemos uma elevação nos últimos dias, que passamos de um caso positivo para em torno de 8 a 10 casos, por dia", explica a enfermeira Lilian Berger, que é responsável pelo setor de Covid do município.

Fernando Spilki reforça que ainda não é possível afirmar se realmente o Estado terá uma grande nova onda da Covid, mas diz que chama a atenção que os casos estão subindo em todas as regiões, o que é um alerta. Para o pesquisador, a principal recomendação é que o esquema vacinal esteja completo.

"É importante tomar as doses necessárias conforme a idade, além de cuidados, como o uso de máscara em transporte público e locais fechados com grande número de pessoas", salienta.

Oito novos casos de subvariante BQ.1 no RS

A equipe de vigilância genômica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) da Secretaria da Saúde detectou oito novos casos da subvariante BQ.1 no Rio Grande do Sul. Os casos foram identificados em amostras coletadas nas duas últimas semanas de outubro e nas duas primeiras de novembro em Porto Alegre (5) e Santa Maria (3), elevando para nove o total no Estado.

Em Porto Alegre, todos os novos casos foram detectados pela equipe do Hospital Moinhos de Vento. Dois pacientes são do município e os demais de Canoas, Cachoeirinha e Alvorada. Os outros três casos foram detectados pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Sublinhagem da variante Ômicron, a BQ.1 tem mostrado elevada capacidade de transmissão comparada às outras sublinhagens do coronavírus que circula atualmente no Brasil e tem sido relacionada a novas ondas de casos de Covid-19 em diversos países da Europa, China e América do Norte. Não há, no entanto, evidências de que possa causar uma doença mais severa.

A principal preocupação é com o número de gaúchos com a vacinação em atraso. Até quarta-feira (16), mais de 3 milhões de pessoas ainda haviam tomado a primeira dose de reforço contra a Covid-19, equivalente à terceira dose, segundo o painel de Acompanhamento Vacinal da Secretaria da Saúde. Outros 2,2 milhões não tomaram quarta dose.

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