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Notícias | Região ACOLHIMENTO

Cavalos resgatados das ruas estão à espera de adoção em Novo Hamburgo

Diretoria de Proteção Ambiental faz reabilitação e procura novos lares para animais que foram vítimas de maus-tratos

Por Joceline Silveira
Publicado em: 30.11.2022 às 15:58 Última atualização: 30.11.2022 às 16:00

Faz pouco mais de dois meses que o cavalo Napoleão foi encontrado, amarrado a uma árvore no bairro Lomba Grande, em Novo Hamburgo. Depois de ser resgatado, foi levado para o abrigo de animais de grande porte da Diretoria de Proteção Ambiental (DPA), vinculada à Secretaria de Meio Ambiente, no bairro Hamburgo Velho. O animal e uma carroça foram deixados para trás após um furto malsucedido.

Maya e a égua Juju, cujo potrinho ganhou nome de craque
Maya e a égua Juju, cujo potrinho ganhou nome de craque Foto: Joceline Silveira/GES-Especial


Desnutrido, o cavalo era "pele e osso" quando foi encontrado. Após 65 dias de cuidados, o ânimo já estava diferente. "Parece outro animal. Em um mês já havia recuperado 20% do escore corporal, que é o método para avaliação que permite saber se ele está dentro dos níveis adequados de peso para a idade e a raça. Extremamente dócil, agora ele fica no pasto, caminha, vai para as baias, já habituado à rotina da casa nova", diz a diretora da DPA, Maya Ruschel.

Abandonada em vias da cidade e vítima de maus-tratos, a maioria dos animais de grande porte recolhidos pela DPA está em condições preocupantes, como magreza extrema decorrente de desnutrição, patas bichadas e corpo machucado. "Infelizmente boa parte dos resgatados é encontrada em situação extrema, no fim da vida e, apesar de todos cuidados, não resiste", revela Maya.

Tratamento

No trabalho realizado pela equipe, especializada no resgate, no tratamento e na reabilitação de cavalos vítimas de maus-tratos, o foco é retirar esses animais das ruas e de situações violentas para que, após cuidados veterinários, possam encontrar um lar definitivo e saudável. Gostar muito de cavalo e ter um espaço fora da área urbana - sítio ou chácara - são requisitos essenciais para aqueles que têm interesse em levar um deles para casa.

"Queremos que os cavalos encontrem um novo lar com muito amor e carinho e que não sejam mais explorados ou maltratados. Por isso, há uma preocupação e uma fiscalização sobre estas adoções, que visam garantir que os animais tenham um local adequado e que sejam bem cuidados", pontua.

Requisitos para se candidatar

Somente em 2022, doze animais foram levados ao Parcão, onde são tratados pela equipe de veterinários e cuidadores. Nenhum deles foi devolvido aos antigos donos, já que apresentavam sinais de maus-tratos. Metade morreu. Os outros, aptos para adoção, ganharam um novo lar.

O perfil do interessado é analisado junto à Secretaria de Meio Ambiente. Os animais são de pasto, impedidos para montaria e trabalho. Segundo Maya, para manter um cavalo é preciso reservar de R$ 300 a R$ 500 por mês para gastos com ração, medicamentos e vacinas - são cinco por ano.

O valor pode variar conforme a situação do cavalo e se ele se alimenta só de ração ou de pasto também.

Para adotar

Os interessados podem entrar em contato no número de telefone (51) 3097-1990, e também podem comparecer ao parque localizado na Rua Barão de Santo Ângelo, s/n.°, bairro Hamburgo Velho, em horário comercial.

Critérios

É verificado se há histórico de maus-tratos - de qualquer tipo de animal - e ocorrências criminosas, se a pessoa vai deixar o cavalo em um lugar apropriado e se tem condições para manter o bicho. Essa consulta é feita para garantir que o cavalo não volte a uma condição de sofrimento.

Entre as histórias, Jujue o potrinho Richarlison

A casa temporária do Napoleão fica em um endereço bem conhecido dos hamburguenses. O equino mora no Parcão. Por lá, a vizinha de baia, Juju, também aguarda um novo lar. Juju foi resgatada em fevereiro deste ano, no bairro Santo Afonso, debilitada e vítima de maus-tratos. Os agentes da DPA a encontraram deitada na via. Além de magra e suja, ela tinha uma fístula profunda, inchada e com bastante pus na pata esquerda traseira, um pouco acima do casco. Sem saber o nome da égua, a história e quanto tempo ficou vagando sem rumo, os funcionários a batizaram de Juju.

O que ninguém imaginava é que a fêmea estava prenhe. O potrinho nasceu no dia da estreia da Seleção Brasileira da Copa do Mundo no Catar. E, nada mais justo que batizá-lo com o nome do craque da partida, Richarlison, que marcou dois gols na vitória por 2 a 0 sobre a Sérvia.

O filhote e a mãe estão aptos à adoção, mas só para quem quiser levar a família de equinos para casa. Mas se a ideia é dar um novo lar apenas para Richarlison, o processo é mais longo. "O ideal seria a mãe ser adotada junto, pois o desmame só acontece a partir dos seis meses", explica a diretora da DPA, Maya Ruschel.

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