Morre morador de Novo Hamburgo que estava hospitalizado há mais de um ano após acidente de moto

Pouco mais de um ano depois de sofrer um acidente de moto em Novo Hamburgo - que o fez, desde então, permanecer hospitalizado -, Alexsandro Vargas da Silva, de 30 anos, morreu na madrugada desta terça-feira (6). Desde setembro deste ano, ele estava internado no Hospital São Lucas (HSL) da PUCRS, em Porto Alegre, para onde havia sido transferido pela necessidade de colocar uma sonda diretamente no estômago.

Alexsandro era motoboy e no dia 13 de novembro de 2021, enquanto fazia a primeira entrega do dia, caiu da moto ao passar em um quebra-molas na Rua Joaquim Nabuco, próximo ao Bourbon Shopping, e acabou sendo atingido por uma placa de trânsito, que perfurou seu abdômen. Na ocasião, ele foi levado ao Hospital Municipal de Novo Hambugo (HMNH), onde permaneceu internado por 10 meses. 

Em julho deste ano, a equipe médica que o atendia solicitou que ele fosse transferido para a capital, onde poderia passar por procedimentos médicos necessários para sua sobrevivência e que não eram realizados no hospital hamburguense. A família chegou a entrar na Justiça para tentar conseguir a transferência, que aconteceu dois meses depois.

Cerca de cinco dias após dar entrada no hospital da capital, a sonda gástrica foi colocada. Alguns ajustes precisaram ser feitos e o próximo estava marcado para a segunda quinzena de dezembro. Conforme relata a companheira de Alexsandro, Ágata Vieira, de 26 anos, nos últimos três meses ele teve avanços e já havia conseguido ganhar peso, caminhar e sentar. "Infelizmente o corpo dele estava cansado, ele estava cansado, era muito tempo de internação. Chega uma hora que, tanto o corpo quanto o psicológico, cansam", diz Ágata.

De acordo ela, o quadro de Alexsandro se agravou nos últimos dias, após complicações. "Aconteceu uma série de fatores: ele perdeu o último acesso [venoso], começou a ter uma pneumonia, ficou com a imunidade mais baixa e aí veio uma infecção fúngica", conta, lembrando que até a última sexta-feira (2), quando a piora teve início, Alexsandro estava bem e, inclusive, tinha recebido liberações de alimentação. 

"Estava todo mundo muito otimista, a equipe estava otimista, apesar de sabermos que sempre foi um quadro gravíssimo, sempre com altos e baixos", destaca Ágata. "O grande porém foi que ele foi transferido muito tarde, deveria ter sido feita [a transferência] há pelo menos seis meses", pontua.

Ágata e Alexsandro estavam juntos há 10 anos e há sete dividiam a mesma casa, no bairro Canudos, em Novo Hamburgo. Conforme ela o descreve, o jovem era focado nos seus objetivos, era uma pessoa determinada e que gostava de ajudar os outros. Quanto ao seu estado de saúde e tratamento, ela conta que em alguns momentos ele se mostrava confiante e animado, mas que o ambiente hospitalar muitas vezes o desanimava e a situação, como um todo, lhe trazia muitos receios. 

"Já enfrentei uma e agora vai ser outra luta, para viver esse vazio. Tomara que eu consiga ter pelo menos um pouco da força que ele tinha, porque ele tinha muita [força] para passar por tudo que ele passou", afirma, em meio a lágrimas, Ágata.

Despedida

O corpo de Alexsandro é velado desde as 16h30 desta terça-feira na Capela 2 do Cemitério e Crematório Jardim da Memória, em Novo Hamburgo. A cerimônia de cremação ocorrerá às 10 horas de quarta-feira (7), no mesmo local.