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Notícias | Região LEI MUNICIPAL

Manifestantes protestam contra o fim das carroças com animais em Sapiranga

A categoria afirmou não ser totalmente contra a proposta, mas tem receio em relação às garantias que terão para continuar sustentando suas famílias

Por Joceline Silveira
Publicado em: 05.12.2022 às 17:52 Última atualização: 05.12.2022 às 17:55

Carroceiros realizam um protesto, no Centro de Sapiranga, nesta segunda-feira (5). Eles contestam o prazo de até 1º de janeiro de 2023 para a prefeitura regulamentar uma lei, já aprovada, que proíbe a circulação de veículos com tração animal no transporte de cargas na cidade.

Manifestação de carroceiros
Manifestação de carroceiros Foto: Joceline Silveira/GES-Especial
Por volta do meio dia, cerca de sete carroceiros começaram a se reunir em frente a sede da Prefeitura. A Associação dos Carroceiros de Sapiranga acredita que o projeto de lei "proíbe e criminaliza o modo de vida" de pelo menos 56 carroceiros e carroceiras.

A categoria afirmou não ser totalmente contra a proposta, mas tem receio em relação às garantias que terão para continuar sustentando suas famílias. “Ficamos sabendo disso há menos de 60 dias, eles querem tirar nosso sustento”, afirma Edmílson dos Santos, de 39 anos, carroceiro desde os dez.

“Esse é um trabalho passado de pai para filho, me criei ajudando meu pai na carroça e agora quem tirar isso de nós?”, questiona Santos. Assim como a maioria dos membros da Associação, ele lamenta a forma como o projeto de lei foi construído. “Não nos ouviram, nós que trabalhamos de segunda à segunda, percorrendo todos os cantos de Sapiranga”. Eliseu da Rosa, 69, reforça a fala do colega de profissão. “Se eu não sair na minha carroça, nós não temos o que comer. Vou chegar em casa sem nada para dar para os meus filhos? Não dá para viver sem a carroça”, completa.


De acordo com Taldelino Soeiro,58, um dos líderes dos carroceiros em Sapiranga, a ideia é apresentar propostas para a prefeitura que permitam o trabalho da categoria. "O que a gente quer é a prorrogação de dois anos do prazo para o início da proibição. Assim vamos poder nos adaptar e encontrar outra meio de sobrevivência", afirma.

Uma das principais motivações para o indicativo de projeto de lei é a questão dos maus-tratos com os animais utilizados para puxar as carroças. Para Soeira, a proposta atinge apenas pessoas pobres, mas é favorável e um projeto para cuidar dos animais."A gente poderia ter um disque-denúncia para dizer ao poder público quem são as pessoas que trabalham de forma errada. Essa a lei só não pode prejudicar todo mundo, de uma vez só", acrescenta.

Pouco depois das 13 horas, a comissão formada pelos carroceiros foi recebida pela prefeita, Carina Nath. Por meio de nota, a administração municipal informou que "que está atendendo o que prevê a lei do ano de 2020, por sua vez, prorrogada a vigência em 2021 devido ao período da pandemia”.

A prefeitura ainda ressalta que desde o início da atual gestão, mantém contato com as famílias impactadas, visando oferecer alternativas. “Diante disto, realizou estudo social com o cadastramento das famílias, além da edição da Lei Municipal n° 7024/2022 que cria o Programa de Transferência de Renda, ou seja, benefício de meio salário mínimo por um período de seis meses às famílias, podendo ser prolongado por mais seis meses”, diz o documento. Ainda conforme a nota, será disponibilizado aos trabalhadores cursos profissionalizantes gratuitos como manicure/pedicure e eletricista predial e residencial.

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