PF prende três em São Leopoldo contra fraude em contratos milionários da saúde
Valor das licitações é de cerca de R$ 220 milhões em cidades do Estado; mandados foram cumpridos também na prefeitura leopoldense
Três foram presos em São Leopoldo, no Vale do Sinos, na manhã desta quarta-feira (7) em operação da Polícia Federal (PF) contra uma organização criminosa investigada por cometer fraudes em licitações e desvios de recursos públicos em contratos de saúde em cidades do Rio Grande do Sul. Um quarto mandado de prisão temporária foi cumprido em Porto Alegre.
Nesta manhã, a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU) cumpria 52 mandados de busca e apreensão nos municípios de Porto Alegre (18), São Leopoldo (12), Canoas (5), Rio Grande (3), Dois Irmãos (2), Nova Prata (2), São José do Norte (2), São Lourenço do Sul (2), Caxias do Sul (1), Esteio (1), Piratini (1), Sapucaia do Sul (1) e Brasília-DF (2). Também eram cumpridas ordens judiciais para bloqueio de bens e valores em contas bancárias dos investigados.
Em São Leopoldo, mandados de busca e apreensão foram cumpridos na prefeitura nesta manhã.
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Nos últimos três anos, a Organização de Sociedade Civil investigada expandiu sua abrangência e estaria por trás de fraudes em outras cidades gaúchas. Conforme a PF, os contratos fraudulentos somam aproximadamente R$ 220 milhões.
Em Canoas, a PF também cumpre mandados de busca e apreensão na Secretaria Municipal da Saúde. Uma funcionária afirmou que chegou às 7h30 para trabalhar e as viaturas da PF já estavam em frente ao órgão. Segundo a servidora, que preferiu não ser identificada, os agentes estão reunidos com o secretário da pasta, Aristeu Ismaillow.
Além das irregularidades constatadas na primeira fase da operação em 2019, a investigação apurou que o grupo se denominava "sem fins lucrativos" para ser beneficiada em licitações, mas, na realidade, previa lucro em seus orçamentos e pagava comissões para intermediários, contratados como consultores pela aproximação com a alta cúpula das prefeituras.
As fraudes nos processos licitatórios eram executadas mediante concorrências simuladas e com o auxílio e orientação na estruturação de processos seletivos a partir do fornecimento de minutas de editais, contratos e termos de referência dos processos dos quais a organização participava. Além disso, o grupo fazia pagamentos indevidos a agentes públicos.
A Operação Septicemia apura os crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, fraude em licitação, fraude em prorrogação e aditivos de contratos, advocacia administrativa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.