Moradora teme risco de desmoronamento após chuvas em Novo Hamburgo: 'Não durmo direito'

Em reunião nesta segunda-feira (6), a Prefeitura de Novo Hamburgo e a Defesa Civil alinharam as ações em razão do alerta máximo de chuvas intensas nos próximos dias. Desde a chuva que começou no sábado (4), os órgãos vêm observando diversos bairros do Município. Entre os mais afetados pelas chuvas estão os bairros Guarani, Ideal, Rincão, Ouro Branco, Pátria Nova, Rondônia e Primavera.

Duas famílias precisaram deixar suas casas por risco de ruína. De acordo com o engenheiro civil Antônio Silvério, uma delas é moradora do bairro Boa Saúde. A casa em que estava entrou em colapso, fazendo com que os moradores precisassemcontar com a ajuda de parentes. A outra família mora no bairro Kephas e precisou deixar o local em razão de risco de movimento de massa.

Ainda segundo Silvério, a equipe da Defesa Civil tem circulado por Novo Hamburgo de forma preventiva.

"Fiscalizamos áreas suscetíveis a escorregamento de massa, como, por exemplo, a localidade de Pedras Claras, no bairro Kephas. Observamos a movimentação de solo, rachaduras e deslizamentos. Esse local teve deslizamento em 2015, então é preocupante", enfatiza o engenheiro. "No sábado, o volume de chuva chegou a 40 milímetros em apenas uma hora, totalizando 110 milímetros até a tarde de domingo."

Um carro de som alertando a população sobre o perigo de percorrer áreas de risco, como encostas de morros, fez parte das ações preventivas neste início de semana. O carro circulou por diversos bairros do Município aconselhando para que sejam evitados locais com risco de desabamento. Também foi feita a divulgação dos telefones da Defesa Civil (3587-7863 ou 99797-9954) e do Corpo de Bombeiros (193). "A preocupação é o volume de chuva previsto e o fato de algumas encostas já estarem encharcadas", destaca o coordenador da Defesa Civil da cidade, Claudiomiro Fonseca.

Moradora do Kephas teme desmoronamento

"Toda a chuva é uma preocupação, não durmo direito com medo do que pode acontecer", desabafa a dona de casa Rosângela do Amaral, 38 anos. Ela, que mora com o marido e dois dos cinco filhos, diz que infelizmente não tem para onde ir. "Foi aqui que conseguimos construir, então, fazer o que, né?! Além do medo de deslizar, na minha cozinha chove igual na rua", compara Rosângela.

A residência carrega dois fatores que a preocupam. Um deles é uma árvore grande que fica encostada na parte dos fundos da casa e que, em dias de temporais, já teve galhos caídos em cima do telhado. O outro é a casa do vizinho, que fica ao lado. "A casa dele está bem perto da minha e, quando chove, eu cuido o alicerce da casa, pois a madeira está fixada na terra e, se despencar, cai em cima da minha."

Segundo Silvério, a localidade onde mora Rosângela foi monitorada ainda nesta segunda, e os riscos encontrados no momento eram mínimos. "Sobre a árvore, orientamos ela a fazer contato com os Bombeiros para achar uma solução", frisa.

As encostas no bairro Kephas, assim como em outros locais de risco em Novo Hamburgo, continuarão sendo monitoradas conforme avanço do volume de água ou caso seja solicitada fiscalização por parte de moradores.