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Notícias | Região VIOLÊNCIA

Quadrilha sequestrava e torturava homens gays no Vale do Sinos

Operação policial desbarata grupo que atraiu pelo menos oito vítimas ao cativeiro por meio de sites de relacionamento

Publicado em: 19.06.2023 às 21:08 Última atualização: 20.06.2023 às 07:54

Uma quadrilha do Vale do Sinos usava sites de relacionamento para sequestrar homens gays. O grupo, desbaratado na manhã desta segunda-feira (19) pela Polícia Civil, fez pelo menos oito vítimas nos últimos três meses. Uma delas, submetida a sessões de tortura no cativeiro, foi obrigada a pagar cerca de R$ 100 mil aos criminosos.

Suspeitos atraiam vítimas para roubar celulares e fazer transferências bancárias
Suspeitos atraiam vítimas para roubar celulares e fazer transferências bancárias Foto: Polícia Civil

Segundo o delegado de Campo Bom, Rodrigo Camara, a quadrilha tinha três cativeiros na cidade. “Nesses locais, as vítimas ficavam amarradas em um quarto, sentadas em uma cadeira de praia e viradas para a parede. Sofriam muita violência psicológica. Algumas referem que estão traumatizadas”, observa Camara, que coordenou a operação.

Quatro sequestradores, moradores de Campo Bom, foram capturados no início da manhã por meio de mandados de prisão preventiva. Cada um em casa, nos bairros Metzler, Operária, Aurora e Centro. Um envolvido não foi encontrado. Foram apreendidos celulares, cartões bancários, um revólver calibre 32 e três carros - Polo, Punto e Spacefox.

O delegado frisa que a operação contou com apoio de agentes de Sapiranga, Estância Velha, Ivoti, Dois Irmãos, Novo Hamburgo e São Leopoldo. Camara salienta que a investigação continua no sentido de identificar e prender outros membros da quadrilha, entre eles os que receberam dinheiro em conta. “Também seguimos atrás do que está foragido.”

Criminosos marcavam encontros com perfis falsos

Com perfis falsos, o bando atraía interessados em relacionamento homoafetivo. Assim que chegavam a Campo Bom para o encontro, as vítimas eram rendidas por homens armados e levadas ao cativeiro. Algumas chegaram a ficar 22 horas em poder dos sequestradores. Eram obrigadas a informar as senhas dos aplicativos bancários e dos cartões de crédito. Também sofriam ameaças de morte para fazer transferências bancárias. Com os cartões, segundo o delegado, os criminosos chegaram a fazer compras no comércio local.

O delegado estima que a quadrilha tenha faturado mais de R$ 250 mil com as oito vítimas identificadas até o momento. A faixa etária delas, segundo ele, vai dos 20 aos 40 anos. "A maioria é do Vale do Sinos, mas há vítimas de outras regiões", diz o delegado.  


Tenha cuidado

Para não cair em armadilhas, a orientação da Polícia é buscar o maior número de informações sobre a pessoa com quem está se relacionando virtualmente. E, no primeiro encontro, escolher ambiente público e movimentado.

Informações à investigação de Campo Bom podem ser passadas anonimamente para o WhatsApp (51) 98401-3237.

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