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Notícias | Região DESABRIGADOS

Famílias começam a voltar para suas casas, mas ajuda ainda é necessária

Doações de colchões, cobertores e alimentos são as mais pedidas para o auxílio às famílias atingidas pelos alagamentos na região

Publicado em: 20.06.2023 às 03:00 Última atualização: 20.06.2023 às 07:59

Ao mesmo tempo que as famílias atingidas pelos alagamentos vão retornando para as suas casas, a cheia do Rio dos Sinos e seu transbordamento em alguns pontos, como a Rua das Camélias e vias do bairro Feitoria, faz com que outras pessoas precisem deixar suas moradias.

Casal Adão e Marlene conseguiu retornar para casa
Casal Adão e Marlene conseguiu retornar para casa Foto: Priscila Carvalho/GES-Especial

Com isso, segundo a Prefeitura leopoldense, não há como estimar precisamente o número de munícipes desalojados neste momento, mas o Ginásio Municipal Celso Morbach, a Escola Chico Xavier, no bairro Santos Dumont, e pontos na Feitoria estão servindo de abrigo para quem não pode voltar à residência.

Necessidades

Segunda-feira (19), caminhões e equipes do Exército levavam algumas famílias alojadas no ginásio de volta às suas moradias. De acordo com a prefeitura, durante a tarde, 117 desabrigados continuavam no espaço.

Conforme o titular da Secretaria de Assistência Social (SAS) do município, Fábio Bernardo da Silva, agora o momento é de conseguir ajudar as pessoas que voltam para casa, principalmente com produtos de higiene e limpeza, colchões, cobertores e cestas básicas, que são os itens em maior necessidade.

"Essas são as coisas que mais precisamos", afirmou, acrescentando gratidão a todos que já contribuíram. "Agradecemos as pessoas que doaram, os voluntários que dia e noite estão no ginásio selecionando roupas, calçados, cozinhando, encaixotando cestas básicas e fazendo os kits de higiene e de limpeza."

Ele ressaltou também os pontos de arrecadação e retirada de donativos. "Toda a doação está sendo centralizada no Ginásio Municipal. Quem quer doar vem no Ginásio, quem quer receber, deve ir no Cras da sua região."

"O recomeço será por doações, depois vamos ver", diz morador

O casal de idosos Marlene Vedoy, 72 anos, e Adão Nicolau Pires, 70, era um dos abrigados no Ginásio Municipal Celso Morbach segunda. Eles chegaram ao local na sexta-feira (16), depois de precisarem da ajuda de um caíque para sair de casa, já com a água na altura do peito.

“Nossa casa ficou submersa. Não trouxemos nada. Só ficou a casa lá”, lamentou Adão. Há 10 anos morando na Vila Brás, no bairro Santos Dumont, eles contam que nunca tinham presenciado nada semelhante. “Nunca aconteceu isso. Nunca veio tanta água assim”, comentou Marlene, ainda surpresa.

No ginásio, um dos filhos do casal, que mora na mesma rua, também precisou se abrigar com a família. O outro filho, que mora com eles, se revezou para ficar no bairro e cuidar do carro da família e a moto que ele usa para trabalhar. Com toda a situação, Marlene chegou a passar mal enquanto estava no ginásio, precisando de atendimento médico.

No início da tarde de segunda, o casal aguardava já com as doações de roupas de cama, vestuário e colchões que receberam prontos para voltar à residência, o que ocorreu logo depois. “O recomeço será por doações, depois vamos ver”, confessou Adão, detalhando que eles vivem apenas com um salário mínimo.

"Não temos água encanada, não temos luz", lamenta

Em outro ponto do ginásio, Jeferson Hardy e a companheira Débora da Silva, ambos de 29 anos, conversavam enquanto cuidavam da mãe dele, Romilda Lima da Silva, 67. Moradores do loteamento Antônio Leite, no bairro Campina, até segunda eles ainda não tinham certeza de quando poderiam voltar para casa, de onde saíram na sexta-feira, quando a água invadiu o local.

Lembrando os fortes alagamentos em 2015 e 2019, Hardy comentou que não é a primeira vez que a família passa pela situação. “Mas, dessa vez, foi a pior de todas. Perdemos tudo que tinha lá dentro, não dá pra aproveitar nada, molhou tudo: documentos da casa, da saúde da minha mãe”, disse, citando que a mãe é diabética, usa fraldas e não consegue se deslocar sem auxílio.

“Sou filho único e trabalho de noite. Junto com minha tia, fazemos um revezamento para poder cuidar dela”. Do lado do espaço onde estava a família de Jeferson, Neiva Farias Nunes, 25 anos, estava com os cinco filhos, de 10, 8, 7, 4 e 2 anos de idade. Eles tiveram que sair da casa onde moram, em uma ocupação próxima da área do dique, na Campina, depois que ela foi invadida pela água.

O esposo ficou no local para tentar arrumar o espaço. “Perdi tudo”, resumiu ela, citando que o local onde mora é invadido e que as autoridades não costumam ir até lá. “Não temos água encanada, não temos luz. Estamos vendo como voltar para casa agora, porque eles tem que puxar as mangueiras de volta para termos água lá”, lamentou.

Os Cras de São Leopoldo

Nos Cras, as famílias atingidas pelos alagamentos e subida do rio podem retirar alimentos, cobertores, colchões e fraldas. As roupas são diretamente no Banco Municipal do Agasalho, localizado no Ginásio Municipal, que atende atualmente das 8 às 17 horas.

Cras Centro - Avenida João Corrêa, 1.350, 2º andar, Centro;

Cras Leste - Rua Arthur Georg, 90, Feitoria;

Cras Norte - Avenida Henrique Bier, 2.043, Campina;

Cras Nordeste - Avenida Mauá, 2.141, Santos Dumont;

Cras Oeste - Rua Vicentina Maria Fidélis, 350, Vicentina (Parque do Trabalhador).

O atendimento nos locais vai das 8 horas ao meio-dia e das 13 às 17 horas.

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