Estragos do ciclone extratropical: Região calcula mais de R$ 70 milhões em prejuízos
Perdas incluem estruturas, moradias e prejuízos de comércio e indústria
O ciclone extratropical, que trouxe volumes altíssimos de chuvas ao Estado e que causaram inundações na metade de junho, deixou também prejuízos financeiros. Os municípios da região contabilizam os gastos que estão tendo com a reconstrução ou manutenção de estruturas danificadas pelas cheias, perdas em agricultura, além de prejuízos em moradias, comércio e indústrias. Em nove cidades levantadas pela reportagem, as perdas ultrapassam os R$ 70 milhões.
Em Sapiranga, a prefeitura contabilizou cerca de R$ 1,5 milhão de perdas e busca recursos do Governo Federal para a manutenção necessária.
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Já em Montenegro, a Defesa Civil apurou perdas no valor de R$ 15,6 milhões. A maior parte refere-se a danos provocados em 2.653 moradias, avaliados em R$ 14,6 milhões.
O Governo Federal reconheceu, no dia 27, através de portaria publicada a situação de emergência decretada pelo município de Sapiranga e Montenegro.
Outras cidades
A Defesa Civil e a prefeitura de Dois Irmãos contabilizaram R$ 14,8 milhões de prejuízo no setor público e R$ 20,5 milhões no privado. Taquara teve prejuízo de R$ 7 milhões, considerando danos habitacionais, no comércio e na infraestrutura da cidade. Campo Bom levantou prejuízos de R$ 4,5 milhões. Em Ivoti foi cerca de R$ 3 milhões em bens públicos, sendo o Núcleo de Casas Enxaimel o local mais afetado.
Foram mais de 12 mil casas atingidas
As cheias provocadas pelo ciclone extratropical afetaram mais de 12 mil casas pela região dos vales do Sinos, Caí e Paranhana. Novo Hamburgo e Sapiranga tiveram 2.500 residências atingidas cada. Em Dois Irmãos foram 183, em Campo Bom a prefeitura estima que 260 pessoas sofreram com o alagamento em suas casas. Em Montenegro foram 2.663 casas atingidas. Parobé contabilizou 220 famílias com prejuízos e em Taquara, segundo a prefeitura, foram 6.700 famílias. Muitas ficaram desabrigadas e algumas ficaram alojadas em escolas e ginásios.
17% da população atingida
Com 1.057 pessoas atingidas e 318 casas onde a água ficou na altura do telhado, o município de Lindolfo Collor está entre os mais afetados na região. O município de pouco mais de 6 mil habitantes teve 17% da população afetada pela cheia. Somente na sede da prefeitura o prejuízo estimado era de R$ 3,1 milhões, com a perda de veículos e insumos, pois o pátio de máquinas ficou debaixo d'água. Mas o montante deve ser muito maior quando forem somadas as perdas de toda a cidade.
Ajuda para atingidos
Para ajudar as famílias a retomar suas vidas, os municípios vêm buscando maneiras de auxiliar os moradores.
Novo Hamburgo aprovou o auxílio-enchente de R$ 1 mil e, até o momento, trabalha com o levantamento das pessoas que serão beneficiadas. Este levantamento deve ser concluído até o dia 12 deste mês.
Montenegro foi um dos primeiros municípios a aprovar o auxílio, referente ao Programa Recomeçar, de, também, R$ 1 mil, em que famílias com renda per capita de até R$ 218, que integram o CadÚnico e tiverem perdas com a enchente, serão beneficiadas.
Em Dois Irmãos, as famílias que tiveram suas casas destruídas recebem aluguel social no valor de R$ 1.121,55, mas o auxílio é apenas nos casos em que o morador não tenha condições absolutas de voltar para a casa. O benefício tem validade de até 6 meses, podendo ser prorrogado em casos excepcionais. "Segundo o levantamento e cadastramento no Departamento de Assistência Social, até o presente momento, 17 famílias receberão o aluguel social", diz o prefeito Jerri Meneghetti.
Na agricultura
São Sebastião do Caí levantou prejuízos de R$ 5 milhões apenas no setor da agricultura. "Estamos em vias de conclusão dos levantamentos na área da infraestrutura, tendo em vista que ainda estamos identificando trechos das estradas que ficaram com a sua trafegabilidade comprometida em função da enxurrada", diz o prefeito Júlio Campani.
Em Parobé, segundo a Emater, somente na agricultura o prejuízo foi de R$ 89 mil.