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Notícias | Região RECONSTRUÇÃO

Estragos do ciclone extratropical: Região calcula mais de R$ 70 milhões em prejuízos

Perdas incluem estruturas, moradias e prejuízos de comércio e indústria

Publicado em: 04.07.2023 às 10:55

O ciclone extratropical, que trouxe volumes altíssimos de chuvas ao Estado e que causaram inundações na metade de junho, deixou também prejuízos financeiros. Os municípios da região contabilizam os gastos que estão tendo com a reconstrução ou manutenção de estruturas danificadas pelas cheias, perdas em agricultura, além de prejuízos em moradias, comércio e indústrias. Em nove cidades levantadas pela reportagem, as perdas ultrapassam os R$ 70 milhões.


Em Sapiranga, por exemplo, rua foi destruída pela água | Jornal NH
Em Sapiranga, por exemplo, rua foi destruída pela água Foto: Júlia Taube/GES Especial

Em Sapiranga, a prefeitura contabilizou cerca de R$ 1,5 milhão de perdas e busca recursos do Governo Federal para a manutenção necessária.


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Segundo a prefeita Carina Nath, esse recurso será usado para reparos, como no canal da Avenida Teotônia Vilela, no trecho obstruído na Estrada Sapiranga-Dois Irmãos, no alto Ferrabraz, reparos na Picada Schneider, na Avenida Mauá (que recebeu manutenção provisória), reparos na estrutura da ala da ponte da Rua Lima Barreto e trecho com capeamento, e ainda a danificação dos móveis e manutenção do prédio da Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

Já em Montenegro, a Defesa Civil apurou perdas no valor de R$ 15,6 milhões. A maior parte refere-se a danos provocados em 2.653 moradias, avaliados em R$ 14,6 milhões.

O Governo Federal reconheceu, no dia 27, através de portaria publicada a situação de emergência decretada pelo município de Sapiranga e Montenegro.

Outras cidades

A Defesa Civil e a prefeitura de Dois Irmãos contabilizaram R$ 14,8 milhões de prejuízo no setor público e R$ 20,5 milhões no privado. Taquara teve prejuízo de R$ 7 milhões, considerando danos habitacionais, no comércio e na infraestrutura da cidade. Campo Bom levantou prejuízos de R$ 4,5 milhões. Em Ivoti foi cerca de R$ 3 milhões em bens públicos, sendo o Núcleo de Casas Enxaimel o local mais afetado.

Em Novo Hamburgo o levantamento ainda não foi finalizado pela Prefeitura e Defesa Civil. Mas ontem o decreto de emergência foi reconhecido pelo governo federal.

Foram mais de 12 mil casas atingidas

As cheias provocadas pelo ciclone extratropical afetaram mais de 12 mil casas pela região dos vales do Sinos, Caí e Paranhana. Novo Hamburgo e Sapiranga tiveram 2.500 residências atingidas cada. Em Dois Irmãos foram 183, em Campo Bom a prefeitura estima que 260 pessoas sofreram com o alagamento em suas casas. Em Montenegro foram 2.663 casas atingidas. Parobé contabilizou 220 famílias com prejuízos e em Taquara, segundo a prefeitura, foram 6.700 famílias. Muitas ficaram desabrigadas e algumas ficaram alojadas em escolas e ginásios.

17% da população atingida

Com 1.057 pessoas atingidas e 318 casas onde a água ficou na altura do telhado, o município de Lindolfo Collor está entre os mais afetados na região. O município de pouco mais de 6 mil habitantes teve 17% da população afetada pela cheia. Somente na sede da prefeitura o prejuízo estimado era de R$ 3,1 milhões, com a perda de veículos e insumos, pois o pátio de máquinas ficou debaixo d'água. Mas o montante deve ser muito maior quando forem somadas as perdas de toda a cidade.

Ajuda para atingidos

Para ajudar as famílias a retomar suas vidas, os municípios vêm buscando maneiras de auxiliar os moradores.

Novo Hamburgo aprovou o auxílio-enchente de R$ 1 mil e, até o momento, trabalha com o levantamento das pessoas que serão beneficiadas. Este levantamento deve ser concluído até o dia 12 deste mês.

Montenegro foi um dos primeiros municípios a aprovar o auxílio, referente ao Programa Recomeçar, de, também, R$ 1 mil, em que famílias com renda per capita de até R$ 218, que integram o CadÚnico e tiverem perdas com a enchente, serão beneficiadas.

Em Dois Irmãos, as famílias que tiveram suas casas destruídas recebem aluguel social no valor de R$ 1.121,55, mas o auxílio é apenas nos casos em que o morador não tenha condições absolutas de voltar para a casa. O benefício tem validade de até 6 meses, podendo ser prorrogado em casos excepcionais. "Segundo o levantamento e cadastramento no Departamento de Assistência Social, até o presente momento, 17 famílias receberão o aluguel social", diz o prefeito Jerri Meneghetti.

Na agricultura

São Sebastião do Caí levantou prejuízos de R$ 5 milhões apenas no setor da agricultura. "Estamos em vias de conclusão dos levantamentos na área da infraestrutura, tendo em vista que ainda estamos identificando trechos das estradas que ficaram com a sua trafegabilidade comprometida em função da enxurrada", diz o prefeito Júlio Campani.

Em Parobé, segundo a Emater, somente na agricultura o prejuízo foi de R$ 89 mil.

Carla Fogaça

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Carla Fogaça

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