VÍDEO: Adolescentes que aterrorizavam comércio são apreendidos em Novo Hamburgo

O grupo que vem aterrorizando o comércio na área central de Novo Hamburgo, com destruição de vitrines para furtos, é formado por adolescentes. Os dois principais foram apreendidos na manhã desta terça-feira (4) pela equipe da 1ª Delegacia Polícia da cidade. Ambos têm 17 anos e completarão a maioridade no mês que vem. Foram identificados em oito ataques, mas a suspeita é que tenham praticado mais.

Um foi encontrado em clínica de reabilitação para dependentes químicos no bairro Ideal, às 11h10, e levado ao Centro de Atendimento Socioeducativo (Case). É a primeira internação do morador do bairro Canudos, usuário de crack, na instituição para menores infratores.

Dez minutos depois, os agentes localizaram o outro procurado, que já havia sido recolhido outras quatro vezes ao Case por crimes diversos. Ele caminhava na esquina das avenidas Nações Unidas e Coronel Travassos. A família é do bairro Vila Diehl.

Madrugada

Segundo o delegado da 1ª DP, Tarcísio Kaltbach, a dupla é acusada da onda recente de arrombamentos em lojas nos bairros Rio Branco e Centro, maior reduto comercial da cidade. As oito identificações são por invasões entre maio e a semana passada. Imagens de câmeras de segurança mostram a habilidade dos criminosos em estilhaçar vitrines com uma única pedrada ou mesmo na violação de fechaduras. O grupo vinha agindo na madrugada, geralmente entre a meia-noite e 4 horas.

“Era preciso tirar esses infratores do meio social”, diz delegado

O delegado conta que, ao reunir provas contra os dois adolescentes, pediu a internação deles na Vara da Infância e da Juventude. “Com o parecer favorável do Ministério Público e do Judiciário, concretizamos as apreensões.” Segundo ele, as investigações prosseguem no sentido de responsabilizar a dupla por outros possíveis furtos e identificar comparsas.

“Causaram grande prejuízo a comerciantes, que não podem ter o patrimônio atingido dessa forma, pois são pagadores de impostos e necessitam de amparo. Era preciso tirar esses infratores do meio social”, salienta Tarcísio.

“Agora está muito pior”, lamenta vítima

Lojas de confecções, eletrônicos, mercados, bazares, pet shops. Não tem ramo que não tenha sido vitimado pelos arrombadores. “Sempre houve esse tipo de problema, mas agora está muito pior, pois só neste ano já entraram aqui cinco vezes. Em quatro destruíram a vitrine e, em uma, arrombaram a porta”, comenta a funcionária de um comércio de embalagens na Avenida Nações Unidas.

A última invasão, segundo ela, aconteceu na madrugada 23 de junho. “A gente também fica revoltado porque nem tem muito o que levar daqui. Quebraram todo o vidro para pegar uma caixa de estiletes. E usaram um desses estiletes para arrombar uma loja de celulares aqui perto.” O material de maior valor já furtado são computadores e câmeras de segurança. “Mas deixam prejuízo muito grande na fachada. Imagina ter que ficar repondo essas portas de vidro.”

A segurança foi reforçada. “Quando o vigilante chega, eles já fugiram. Fazem tudo em 30 segundos.” A impunidade, para ela, é decisiva. “Não tem muito o que fazer. Como tem essa questão de ser de menor, são presos e soltos. Daí acham que é fácil e continuam fazendo.”