Análises de tráfego vão ajudar concessionária a definir localização do pedágio no Caí; entenda

As discussões envolvendo as novas praças de pedágio nas rodovias da região concedidas à iniciativa privada tiveram novos capítulos nesta semana. Na próxima segunda-feira (10), a Caminhos da Serra Gaúcha (CSG) prevê terminar as análises de tráfego que estão sendo feitas no quilômetro 18 da RS-122.

Esta é a primeira análise a ser feita para definição de onde será instalada a praça de pedágio, que hoje está localizada na RS-240, em Portão. Desde que a concessionária CSG assumiu a concessão, as polêmicas envolvendo a cobrança se acumulam.

Nesta semana, a Justiça determinou que a empresa informe em até 15 dias onde ficará o novo ponto de cobrança. A decisão judicial trata de um processo que envolve a CSG e a prefeitura de Portão. A empresa questionou o fato de o município manter aberto uma rua que funciona como um desvio da atual praça de pedágio localizada na cidade.

 A CSG classifica como corriqueiro o pedido de informação, já que a mudança da praça está prevista desde a assinatura do contrato de concessão. O contrato prevê a mudança a partir de fevereiro de 2024, porém a comunidade de São Sebastião do Caí, onde o novo ponto de cobrança será instalado, reagiu contrariamente.

O principal ponto de reclamação é que caso seja instalado no quilômetro 4,6 da RS-122, como previsto inicialmente, a nova praça cortaria um dos principais bairros de São Sebastião do Caí. Após muitas discussões e protestos, em maio, a CSG iniciou um estudo que consiste na contagem de tráfego de veículos em dois pontos da rodovia.

Um dos pontos analisados é no quilômetro 18, que deve ter a contagem concluída na próxima segunda. O outro ponto é entre os quilômetros 1,2; 4,6 e 6,5. Com isso, a empresa pretende avaliar se a alteração do ponto previsto inicialmente pode interferir no equilíbrio financeiro da operação.

“Esta análise está sendo feita e será respondida no momento oportuno”, explica o diretor-executivo da CSG, Paulo Negreiros. Ele lembra que a decisão final caberá ao governo do estado. Caso a mudança de endereço cause prejuízos, o Executivo teria de encontrar uma maneira de compensar as perdas.

Otimismo no Caí

Prefeito de São Sebastião do Caí, Julio Campani se diz otimista para que o pleito do município seja atendido e a futura praça seja instalada no quilômetro 18,8, no limite com Bom Princípio.

Campani avalia que caso a mudança não seja feita, a CSG não conseguirá colocar a nova praça em funcionamento. “Se eles levantarem tijolos de dia, eles (moradores) tiram à noite. Não temos como nos responsabilizar pelas ações porque a população está muito revoltada”, afirma Campani, ao analisar sobre a possibilidade de a praça ser mantida no quilômetro 4,6.

Já o prefeito de Portão, Kiko Hof, também demonstra o interesse da cidade em não ter mais cobrança na estrada. “Estamos contando os dias para que o pedágio saia de Portão.”

Na decisão judicial sobre o desvio, ele saiu vencedor e pode manter aberta as ruas que permitem aos motoristas evitar a cobrança. “Os acessos já existem antes da própria instalação do pedágio. Eles que tirem o pedágio de Portão que está resolvido o problema.”