Chefe de matadores do Vale do Sinos é preso pela segunda vez em seis dias
Capturado em restaurante de Novo Hamburgo na semana passada, traficante fugiu do presídio e foi pego de novo nesta segunda-feira após perseguição
Capturado na semana passada em um restaurante no bairro Lomba Grande, em Novo Hamburgo, o homem apontado como chefe de um grupo de matadores do Vale do Sinos foi pego de novo pela Polícia Civil nesta segunda-feira (10). GVSB, o Bodão, 45 anos, havia fugido do presídio na sexta (7). Tem condenações por tráfico e homicídio, além de processos recentes em aberto pelos mesmos crimes.
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Perseguição
Os policiais, que estavam em uma viatura discreta, tentaram abordar o foragido na frente da residência, por volta das 13h30, mas ele arrancou em fuga em uma EcoSport. Segundo o delegado, a perseguição se estendeu por várias ruas e só terminou quando um pneu da caminhonete furou. O homicida foi preso com R$ 5,9 mil em dinheiro no bolso da calça. A EcoSport está em nome de uma revenda de veículos do bairro Azenha, em Porto Alegre.
Delegado pede a preventiva do apenado
Tarcísio revela que ainda nesta segunda, logo após a recaptura, pediu a prisão preventiva do quadrilheiro. “A representação se fundamenta pela necessidade de manutenção da ordem pública e para que não fuja na instrução de processo criminal”, explica o delegado. O pedido será analisado pelo Ministério Público e Judiciário.
A equipe da 1ª DP havia capturado Bodão por volta das 13 horas da terça-feira da semana passada, quando ele almoçava na área central de Lomba Grande. Apontado como chefe de uma célula de facção encarregada de matar rivais entre o Vale do Sinos e o litoral, estava foragido do semiaberto.
Foi levado no mesmo dia ao Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp), em Porto Alegre, e conduzido na sexta-feira ao Instituto Penal de Charqueadas para seguir cumprindo condenação no semiaberto. Três horas depois, foi embora pelo pátio da casa prisional. “Investigações indicam que é o responsável pela onda de homicídios ocorrida no litoral norte no primeiro semestre deste ano”, observa o delegado
Refúgio no sítio em Novo Hamburgo
Natural de São Leopoldo, Bodão decidiu se refugiar em um sítio em Lomba Grande após a prisão de três subordinados com armas, munições, 46 quilos de drogas e fardas da Brigada Militar nos bairros Canudos, Operário e Santo Afonso, na manhã de 13 de janeiro. “Apuramos que estavam se preparando para executar mais rivais na região de Tramandaí.”
Mesmo assim, dois após as prisões, um jovem de 21 anos foi executado pelo grupo no balneário de Rainha do Mar, em Xangri-Lá. A vítima, que morava em Gravataí, foi executada com mais de 20 tiros na Rua Alameda Safira, na noite de 15 de janeiro. Bodão foi denunciado pelo MP como mandante e deve ir a júri por mais esse homicídio. O nome não é publicado por causa da Lei de Abuso de Autoridade.
Uniformes eram usados nas execuções de rivais
Conforme o delegado, o grupo usava uniformes militares nas execuções. Coturnos, coletes balísticos com inscrição da Força Tática da BM, duas pistolas calibre 9 milímetros e um giroflash para simular viatura também foram apreendidos há seis meses.
A facção do vale do Sinos estava travando uma batalha pelo tráfico no litoral, com violentas mortes, e já fornecia maconha e cocaína no entorno de Tramandaí. Quatro carros usados no transporte da droga foram recolhidos com os três presos em Novo Hamburgo - um Honda Civic preto emplacado em Camboriú (SC), um Chevrolet Prisma branco de Viamão, um Renault Sandero azul de Novo Hamburgo e um Nissan March prata de Porto Alegre.