Campo Bom da início às obras de urbanização do Parque de Saneamento Ecológico
Área de dois hectares possui 11 lagoas de abatimento de carga de esgoto e, até março de 2024, contará com praças, pontes e mirantes
O que durante mais de 20 anos foi um depósito de esgoto em Campo Bom está prestes a se tornar o Parque de Saneamento Ecológico Vila Rica. O quarteirão, de dois hectares, é uma área de banhado natural da várzea do Rio dos Sinos que hoje reúne 11 lagoas de abatimento de carga de efluentes. Ocorre que o local até 2020 recebia os dejetos domésticos de cerca de 2 mil pessoas, moradoras dos bairros Porto Blos e Vila Rica, sem qualquer tipo de tratamento.
Hoje, por meio da técnica de banhados construídos (Constructed Wetlands), aliada à fitorremediação, as águas contaminadas são recuperadas. As plantas aquáticas filtram o esgoto desta região, fazendo com que Campo Bom entregue para o Rio dos Sinos efluentes com redução de 80% de carga poluente.
Agora, o município deu início à etapa 2, voltada às obras estruturais do parque. Desde o final de julho, os moradores acompanham as máquinas que trabalham no redimensionamento das lagoas. Ou seja, na remoção de vegetação e retirada de aterro contaminado. O próximo passo será a colocação do pavimento.
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Proposta inédita
O projeto de banhado construído, implantado no bairro Vila Rica, foi uma sugestão do biólogo da prefeitura Jéferson Timm, mestre em Engenharia Civil com uma pesquisa que justamente avaliou a eficácia deste tipo de tecnologia.
Depois de uma ação civil pública, a prefeitura foi acionada pelo Ministério Público em 2017 a encontrar uma solução para problema do banhado do Vila Rica que, além de deteriorar o meio ambiente, gerava um forte odor. O terreno ainda era utilizado pela população com um depósito de lixo e restos da construção civil. Segundo Timm, o que é feito em Campo Bom não é comum no País, apesar de ter eficácia e baixo custo.
“No Brasil, eu desconheço que exista outras áreas com este formato. De ter um banhado construído pelo poder público em formato de parque e de saneamento”, destaca.
A Agência Nacional das Águas (ANA) explica que a tecnologia de tratamento com plantas aquáticas já opera em diversas cidades, como, por exemplo, em São Leopoldo. Mas no modelo de parque de saneamento não soube informar.
