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Notícias | Rio Grande do Sul Ensino remoto

Mesmo em fase de retomada das aulas, alunos ainda têm dificuldades para acessar conteúdos

Ambientação digital acontece até 13 de junho; a partir do dia 29, ferramenta será utilizada para aplicação de conteúdo a estudantes

Por Susi Mello
Publicado em: 02.06.2020 às 04:00 Última atualização: 02.06.2020 às 09:22

Maria acompanha tarefas de Karolini, do 7º ano do Instituto Seno Frederico Ludwig Foto: Inézio Machado/GES
A forma prática de como funcionará a retomada das aulas na rede estadual de ensino, anunciada para este mês, gera dúvidas de quem está em casa desde março por conta da pandemia do novo coronavírus. Por isso, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) informou ontem que contatou diretamente as 30 Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) para organizar e aprimorar o funcionamento das aulas remotas nas mais de 2,4 mil escolas estaduais.

A titular da 2ª CRE, Ileane Bravo, reforça que, em junho, professores permanecem em casa e nas escolas ocorrem revezamentos com equipe diretiva e funcionários que não estão em quadro de risco ou com comorbidades. "Em junho, não teremos nenhuma aula presencial em nenhuma fase da educação. Todas aulas serão remotas", reforça.

Aulas virtuais

É o que já vinha ocorrendo na rotina para algumas famílias. A dona de casa Maria Roseli Rodrigues Amaral, 56 anos, de Canudos, demonstra-se totalmente comprometida em acompanhar o que a filha Karolini Rodrigues Amaral, 12, está recebendo virtualmente da escola onde estuda.

Aluna do 7º ano do Instituto Seno Frederico Ludwig, a adolescente entendeu que desde ontem já teria novamente atividades, como havia recebido até a metade de maio pela ferramenta virtual Google Sala de Aula.

Porém, na prática, explica o diretor da instituição de ensino, João Silon Ferreira, essa semana os alunos irão entregar atividades realizadas nos meses anteriores. Os novos trabalhos devem ser retomados a partir do dia 15 de junho, de forma virtual para quem tem acesso à Internet e com a entrega de material físico na escola para quem não tem.

Depois, a partir de 29 de junho, explica, entrará em vigor para todos a plataforma Google Classroom, que essa escola já vinha utilizando.

Dificuldades

Por outro lado, há famílias que nem tiveram a experiência do ensino virtual e aguardam por ela neste mês. A doceira Pâmela Fernanda Backes, 34, conta que entendeu que as aulas começariam na segunda-feira, já que desde o dia 19 de março não tem aula presencial na Escola Osvaldo Aranha. Desde então, conta que o filho Igor Backes de Andrade, 14, aluno do 8º ano, não recebeu conteúdo para fazer em casa.

A titular da 2ª CRE explica que tem recebido informações de instituições que não têm conseguido contato com estudantes.

Programação

A coordenadora da CRE afirma que, desde ontem até quarta-feira, os professores realizam seus planejamentos para a semana que vem, com atividades diárias, com exceção de quinta-feira, feriado de Corpus Christi.

Os professores entregarão relatório, que a escola passará para a CRE e essa, por sua vez, para a Seduc, com um balanço do que foi feito durante os meses anteriores. A fase final será a partir de 29 de junho, quando as atividades passarão a ser pelo Google Sala de Aula.

Seduc reforça as etapas

A primeira etapa, chamada de "Ambientação Digital", ocorrerá até dia 13 de junho e envolverá o processo de inserção dos professores e alunos na plataforma Google Classroom. Nesse período, serão detalhadas as informações de acesso, como login e senha, para que todos possam iniciar o período de capacitação. Aqui, os estudantes e educadores iniciam o processo de aprendizado sobre a utilização de todos os recursos disponíveis na plataforma.

A segunda etapa, que ocorre entre os dias 15 e 27 junho, promoverá as capacitações em "Letramento Digital", fornecendo aos professores o conhecimento para a preparação de aulas na forma não presencial. Os conhecimentos digitais dos alunos também serão avaliados nessa etapa, a fim de que seja possível compreender o nível de entendimento sobre a plataforma de ensino. A partir do resultado dessa avaliação, será possível reforçar aspectos que não estejam claros aos estudantes, para que, em seguida, possam iniciar as lições.

A partir do dia 29 de junho, depois do período de preparação, as aulas na plataforma Google Classroom iniciam.

Calendário

Dias 1, 2 e 3 de junho: planejamento de atividades para os dias 8, 9, 10 e 12 de junho (11 de junho é feriado);

Dias 4, 5 e 6 de junho: Recebimento/entrega das atividades realizadas nas aulas programadas dos meses de março e abril. Envio/disponibilização das atividades que deverão ser realizadas nos dias 8, 9, 10 e 12 de junho (exceto dia 11 de junho);

Dias 1 a 12 de junho: ambientação digital de professores e alunos;

Dias 15 a 26 de junho: professores revisam atividades realizadas, entregues e devolvidas pelos estudantes;

A partir de 29 de junho: realização de atividades no Google Sala de Aula.

Fonte: 2ª CRE 

Professores ensinarão colegas a usar plataforma

No Instituto Seno Frederico Ludwig, dois professores, um de Matemática e outro de Química, com conhecimentos em informática, serão as referências do Google Sala de Aula, que a escola já vinha utilizando.

O professor Altair Maiquel Haubert salienta que nunca haviam trabalhado com a ferramenta, mas que a testaram e tiveram uma boa adesão. "80% dos alunos ficaram logados e a outra porcentagem procurou a escola para buscar e entregar material impresso", salienta.

O diretor João Silon Ferreira diz que do dia 5 até 15 de junho, os dois professores ganharão uma formação para a modalidade que o governo está apresentando e repassarão para os demais docentes.

 

Validade

O diretor geral do 14º Núcleo do Cpers, Luiz Henrique Becker, diz que essa forma de aula não tem validade, pois de 15% a 20% dos alunos não serão atendidos. Ele salienta que há estudantes sem acesso à Internet. "Não somos contra esse contato e estímulo à pesquisa, mas acho que é muito arriscado e pode ocasionar um prejuízo aos alunos sem acesso", destaca.

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