Publicidade
Notícias | Rio Grande do Sul Após proposta do Estado

Famurs e Cpers consideram que não é o momento para voltar às aulas

Na terça-feira, governo do Estado sugeriu modelo híbrido de aulas para retorno ao ensino presencial. Plano será avaliado pela Famurs durante esta semana

Por Bruna Mattana
Publicado em: 12.08.2020 às 05:00 Última atualização: 12.08.2020 às 08:39

O governo do Estado apresentou, na terça-feira (11), uma sugestão inicial de retomada presencial das aulas, a começar pelo Ensino Infantil, em 31 de agosto, de forma híbrida. O retorno só ocorrerá, no entanto, pela proposta do Estado, nas regiões que estiverem em bandeira amarela e laranja no distanciamento controlado.

O presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e prefeito de Taquari, Maneco Hassen, diz que a entidade recebeu com preocupação a proposta do governo. "Ainda mais iniciando este retorno pela Educação Infantil, contrariando a própria pesquisa que o governo do Estado fez com centenas de entidades."

A pontuação de Hassen é sobre a consulta que o Piratini fez no final de julho com instituições de ensino do Estado sobre a volta às aulas presenciais. Entre os quatro cenários propostos, o vencedor foi o que estabelecia a retomada presencial a começar pelos ensinos Médio e Técnico. Segundo Hassen, os números da pandemia ainda continuam elevados. "Não há curva descendente que nos permita imaginar que a pandemia está retrocedendo no Estado, pelo contrário. Não encontramos segurança necessária para o retorno às aulas neste momento", avalia.

A Famurs fará uma pesquisa com os 497 municípios do Estado sobre o assunto. "As 27 regionais vão dialogar sobre esse tema durante a semana e na próxima terça-feira teremos uma nova reunião agendada com o governo do Estado." Hassen diz que há preocupação também com outras questões, como cumprimento dos protocolos sanitários, atendimento eficaz do transporte escolar, a necessidade de contratar professores caso seja necessário e demais questões legais.

Cpers é contra

Embora o governo do Estado tenha sinalizado auxílio financeiro para garantir a segurança dos alunos e dos professores, a presidente do Cpers/Sindicato, Helenir Aguiar Schürer, diz que a entidade não aprova a retomada. "É um absurdo o que estão propondo. Nós temos uma posição que, enquanto não tivermos uma curva descendente de casos, não volte ninguém."

Ela destaca, ainda, que as escolas não estão preparadas para receber o alunos. "Nós temos escolas no Estado em que as janelas não abrem. Como haverá ventilação? E nada até agora foi feito para resolver esses problemas. Começar o ano letivo presencialmente, nessas condições, é colocar a vida das nossas crianças e da comunidade escolar, dos pais, do avôs, dos professores e funcionários em risco."

A Associação dos Municípios do Vale do Sinos informou que o assunto será levado à próxima assembleia da associação. O presidente da Associação dos Municípios do Vale do Paranhana e prefeito de Igrejinha, Joel Wilhelm, disse que a associação ainda não tem um posicionamento sobre a proposta do governo.

Estado investirá em equipamentos e EPIs

O governador Eduardo Leite explicou que os encontros presenciais serão divididos em turnos e horários. "É importante que se mantenha algum nível de contato entre professor e aluno para reduzirmos os danos de aprendizagem devido à pandemia." Para garantir o retorno presencial, um dos investimentos do Estado é a aquisição de chromebooks (modelo de notebook) para os professores. Serão 50 mil equipamentos, dos quais 25 mil já foram adquiridos e devem chegar até o final de setembro. A entrega dos outros 25 mil se dará até o fim do ano.

Para garantir a segurança dos alunos e dos professores, o Piratini prevê a compra de equipamentos de proteção individual para alunos e professores da rede estadual, como mais de 9,8 mil termômetros de testa, mais de 328 mil máscaras de uso infantil, mais de 1,9 milhão de máscaras de tamanho infanto-juvenil e mais de 1,3 milhão de máscaras para adultos, para distribuir a alunos e funcionários escolares.

Palavra final é dos prefeitos

O secretário da Educação, Faisal Karam, deixou claro que os prefeitos darão a palavra final para o retorno nos municípios. "Não será uma imposição. Estamos sugerindo um calendário e, se o quadro do contágio por coronavírus não apresentar um achatamento da curva, tudo será revisto. A autonomia de levar os filhos para a escola é dos pais. Se preferirem não fazer isso, será necessário que o Estado e os municípios busquem alternativas para a continuidade da educação. Os prefeitos terão a autonomia para, dentro da realidade da sua cidade, decidir se há condições para o retorno presencial", explicou.

Intenção é ajudar pais e responsáveis

A Secretaria Estadual da Educação explicou, ontem, por que a proposta do Estado sobre a retomada das aulas presenciais começa pelo Ensino Infantil. Segundo a pasta, esse cenário, que permanece em debate, vai ao encontro do contexto atual de retorno gradativo das atividades econômicas nos municípios, com a consequente necessidade de pais e responsáveis de contarem com o apoio dessas instituições para o acolhimento de seus filhos. "Caberá aos pais ou responsáveis a escolha do retorno presencial dos alunos, não sendo uma obrigatoriedade", garantiu em nota enviada pela assessoria de imprensa.

Cronograma proposto

31/8 - Ensino Infantil (público e privado).

14/9 - Ensino Superior (público e privado).

21/9 - Ensino Médio e Técnico (público e privado).

28/9 - Ensino Fundamental - anos finais (público e privado).

8/10 - Ensino Fundamental - anos iniciais (público e privado).

Gostou desta matéria? Compartilhe!
Encontrou erro? Avise a redação.
Publicidade
Matérias relacionadas
Botão de Assistente virtual