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Notícias | Rio Grande do Sul Polícia

Foragidos, armas e dinheiro; o que se sabe sobre os envolvidos no ataque a banco presos aqui no RS

Ataque à agência bancária de Criciúma aconteceu na segunda-feira. Entre a tarde de quarta-feira e a manhã desta quinta, policiais prenderam cinco pessoas no Rio Grande do Sul e três em Santa Catarina

Por Jauri Belmonte
Publicado em: 03.12.2020 às 12:43 Última atualização: 07.12.2020 às 09:42

Assaltantes armados fazem escudo humano e explodem agências bancárias em Criciúma Foto: Reprodução

Detalhes sobre prisões, ações e planos dos criminosos envolvidos no ataque a banco que levou pavor à cidade de Criciúma (SC), no início da semana, foram esclarecidos na manhã desta quinta-feira (3) em uma coletiva realizada em Porto Alegre. Cerca de 30 bandidos teriam participado da ação criminosa que resultou no roubo de, aproximadamente, R$ 40 milhões. Ao todo, entre cidades de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, foram oito presos; nenhum é gaúcho de acordo com a Polícia. 

O trabalho da Polícia Civil é integrado entre agentes dos dois estados. "A investigação, que é de responsabilidade da polícia catarinense, conta com o auxílio das frentes de segurança aqui do Rio Grande do Sul. Isso mostra que o trabalho é feito de forma correta para tentar anular essas ações criminosas", explicou o delegado Ranolfo Vieira Júnior. 

As prisões

Duas em São Leopoldo

De acordo com as autoridades da Polícia Civil, Brigada Militar e Polícia Rodoviária Federal, todos os criminosos que foram presos no Rio Grande do Sul tiveram participação direta ou indireta com o crime ocorrido em Santa Catarina. "A primeira prisão aconteceu na BR-116, em São Leopoldo, na tarde de quarta. Foi realizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Os dois homens, com idade de 30 e 44 anos e que tinham antecedentes criminais, estavam em um Hyundai HB20, emplacado em São Paulo e que foi usado no crime. Foram apresentados na sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) ainda na quarta. No início da manhã de hoje, foram levados para Santa Catarina", disse o delegado Ranolfo Vieira Júnior. 

Três em Passo de Torres (SC)

Também na quarta-feira (2), mais três pessoas foram presas em Passo de Torres (SC), próximo à divisa de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. "Os três homens, que estavam em um carro, apresentaram documentação falsa. Em apuração junto à delegacia de Araranguá (SC), foi constatado que ele estavam foragidos. Junto com eles, havia a quantia de R$ 49 mil", disse o superintendente da PRF do Rio Grande do Sul, Luís Carlos Reischak.

Um em Morrinhos do Sul

Na madrugada desta quinta-feira, agentes da Brigada Militar dos dois estados, em parceria com o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) realizaram buscas em uma casa, alugada, na cidade de Morrinhos do Sul, às margens da BR-101. De acordo com o delegado Ranolfo, no local foram apreendidos vários equipamentos que poderiam ter sido usados na ação em Criciúma. Além disso, foi presa mais uma pessoa. "O homem preso no local disse que foi contratado para queimar as roupas e tudo que tivesse no local. Ele afirmou aos policiais que recebeu R$ 5 mil reais para ir até o local e executar essa ação, como se fosse uma queima de arquivo", afirmou Ranolfo.

A Polícia afirmou que não foram apreendidas armas tampouco dinheiro no local, porém, foram encontrados oito celulares, munição de fuzil além de rádios na frequência da Brigada Militar. "Essa situação leva a crer que este local tenha sido usado como base de transição de apoio à quadrilha", complementa.

Dois em Gramado

Ainda durante a coletiva, a Chefe de Polícia do Rio Grande do Sul, Nadine Farias Anflor, informou que mais duas pessoas foram presas em Gramado na manhã de quinta-feira. "A prisão aconteceu em uma casa em Gramado. Um criminoso foi preso dentro da casa, enquanto o outro fugiu para o meio de um matagal, mas foi pego pelos policiais. Foi numa região conhecida da cidade", afirmou a chefe da Polícia do Estado.

Celulares e mais de R$ 8 mil foram apreendidos com os dois homens. De acordo com Nadine, o translado dos dois criminosos já foi feito e eles presos estão sob a responsabilidade do Deic de Santa Catarina; situação da prisão preventiva está sendo analisada pelo Tribunal de Criciúma. Ainda sobre a prisão ocorrida na Serra gaúcha, o delegado Luiz Carlos de Abreu disse que as ações de investigação da Polícia, até a investida no local, aconteceram entre a tarde de quarta e a manhã desta quinta. 

"Recebemos a informação que uma pessoa envolvida no crime em Santa Catarina teria estado neste imóvel. O homem que foi preso dentro da casa é natural de Minas Gerais e seria membro de uma facção criminosa de São Paulo. Inclusive, essa facção atua tanto no Brasil como fora do País", explicou. "A informação que temos até o momento, é que a casa foi alugada por um aplicativo", completou Abreu.

Uma prisão em São Paulo

Ainda na quarta-feira, uma mulher, de 31 anos, foi presa na Zona Sul de São Paulo, suspeita de envolvimento no crime. De acordo com o delegado Luiz Carlos de Abreu, com ela haviam drogas e armas. "A prisão foi feita por uma delegacia de bairro. Em princípio, o serviço de inteligência da Polícia Civil de São Paulo, bem como o Deic, encontraram com ela munição de fuzil, carregadores de pistola e artefatos explosivos.

Sobre o rastreamento do dinheiro

O fato do ataque ter sido feito a um banco e o valor estimado se aproximar de R$ 40 milhões, exige cautela, segundo a diretora-geral do Instituto Geral de Perícias (IGP-RS). "Inicialmente o material é coletado - referimo-nos ao que foi apreendido até agora. A análise é feita desde a tinta até o material biológico encontrado. Após isso, vamos mapeá-lo e, depois, começamos uma segunda etapa do procedimento que é quando tivermos todo esse material em mãos", disse a perita criminal, Heloisa Helena Kuser.

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