Fim de março é o prazo dado pelo Governo do Estado para definir o que será feito com o espaço onde ficava o prédio que serviu de sede à Secretaria de Segurança Pública (SSP) por 19 anos. O anúncio foi feito pelo vice-governador e secretário de Segurança, Ranolfo Vieira Júnior, após a implosão do restante da estrutura do imóvel que ficou inutilizado desde o incêndio em julho de 2021.
A implosão do antigo prédio da SSP aconteceu na manhã de domingo, e seguiu todo o cronograma previsto pelas autoridades e pela FBI Demolidora, empresa responsável pela detonação do prédio. Precisamente às 9 horas os primeiros explosivos começaram a ser detonados e em menos de sete segundos a estrutura veio abaixo. “O próximo passo é o recolhimento das 20 mil toneladas de entulho”, afirmou Ranolfo.
Desde a implosão do edifício das lojas Renner, em 1976, nenhum outro prédio havia passado pelo mesmo processo em Porto Alegre. Responsável pelo processo de implosão, o engenheiro de minas Manoel Jorge Diniz Dias, classificou a implosão do prédio como dificuldade 8, e explicou que durante o processo foi descoberto que não seria possível acessar alguns pilares. Foi em razão disso que ainda persiste um resto de estrutura do antigo prédio, o qual será derrubado com maquinários.
A FBI Demolidora foi contratada para o serviço em janeiro deste ano, com um prazo de 120 dias para conclusão dos trabalhos de implosão. O contrato foi de R$ 3,1 milhões, sendo a empresa reconhecida por trabalhos semelhantes como o Palace 2 no Rio de Janeiro e Carandiru, em São Paulo.
O incêndio que destruiu o prédio da SSP iniciou por volta das 21 horas, em 14 de julho de 2021, e rapidamente as chamas tomaram conta do prédio. Nenhum funcionário ficou ferido, mas no combate às chamas, o 1º Tenente Deroci de Almeida da Costa, e o 2º Sargento Lúcio Ubirajara de Freitas Munhós, acabaram desaparecendo e os corpos foram encontrados após uma semana de buscas.
Em todos os discursos após a implosão, as autoridades lembraram dos bombeiros que morreram ao combater o fogo. Mesmo sem ter os nomes ditos, as condolências gerais foram direcionada às famílias e aos bombeiros gaúchos. O vice-governador disse que está em estudo uma possível homenagem aos dois no novo prédio que vai abrigar a sede da Secretaria de Segurança Pública.
Em 14 de fevereiro deste ano a Polícia Civil (PC) entregou ao Ministério Público (MP) o inquérito que investigou as causas do incêndio. Antes disso, o laudo do Departamento de Criminalística do Instituto-Geral de Perícias (IGP) apontou um fenômeno termoelétrico como causa do incêndio, que pode ter sido provocado por sobrecarga com possibilidade de curto-circuito na rede elétrica.
O IGP indicou ainda que o foco inicial do evento foi possivelmente na sala onde funcionava a Divisão de Inteligência Penitenciária (DIPEN). O inquérito da 17ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre foi finalizado sem indiciar culpados dolosos ou culposos pelo incêndio.