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Defensoria Pública do RS se manifesta sobre caso de racismo contra Seu Jorge em Porto Alegre

Órgão diz que cumprirá seu "papel constitucional" e "adotará as medidas cabíveis para o necessário combate aos racismos e responsabilização dos envolvidos"

Por Redação
Publicado em: 19.10.2022 às 10:10 Última atualização: 19.10.2022 às 10:10

A Defensoria Pública do Rio Grande do Sul se manifestou, por meio de nota, na terça-feira (18) sobre o caso de racismo registrado contra o cantor Seu Jorge em Porto Alegre. O órgão diz que cumprirá seu "papel constitucional" e "adotará as medidas cabíveis para o necessário combate aos racismos e responsabilização dos envolvidos".

Defensoria Pública do RS se manifesta sobre o caso de racismo contra Seu Jorge
Defensoria Pública do RS se manifesta sobre o caso de racismo contra Seu Jorge Foto: Redes sociais/Reprodução


Crime é investigado pela Polícia Civil. A situação teria acontecido durante apresentação do artista no Clube Social Grêmio Náutico União, em Porto Alegre, na noite de sexta-feira (14). A delegada Andrea Mattos, titular da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância (DPCI), começará a ouvir as testemunhas nesta quarta-feira (19).

Confira o texto na íntegra:

"Morte, castigo e tortura de corpos negros estruturaram o regime escravocrata brasileiro por 350 anos.

E continuamos depois de 1888…

Eliminar, marginalizar e segregar a população negra ainda são lamentáveis práticas em nosso cotidiano social.

Os racismos seguem hierarquizando e desumanizando pessoas negras.

Os racistas, estranhamente orgulhosos de sua ostensiva mediocridade, bradam, gritam, imitam animais…

Assim, no evolver do processo civilizatório, diante de tamanhas, conhecidas e repetidas barbáries, ainda podemos nos afirmar, de fato, humanos?

Agressões racistas, físicas ou verbais, são perpetradas por seres dignos de serem reconhecidos como humanos?

Seres que recusam humanidade a outros humanos podem mesmo ser reconhecidos e se reconhecerem como humanos, no que de ético há nesse conceito?

O Rio Grande do Sul precisa refletir sobre Cerro dos Porongos.

O Rio Grande do Sul precisa refletir sobre os racismos, sempre plurais, perpetrados contra Seu Jorge.

O Rio Grande do Sul precisa refletir sobre a mediocridade revelada por atos como os ora repudiados.

Não são essas as façanhas que deverão servir de modelo a toda a Terra.

Definitivamente, não são.

E não nos esqueçamos de que, em nossa bandeira, a liberdade é ladeada e legitimada por igualdade e humanidade.

Nesse contexto de obrigatória reflexão, o Núcleo de Defesa da Igualdade Étnico-Racial da Defensoria Pública do RS (NUDIER – DPE/RS) presta solidariedade aos artistas e repudia os racismos cometidos durante show realizado em clube de Porto Alegre.

A Defensoria Pública, cumprindo o papel constitucional, informa que adotará as medidas cabíveis para o necessário combate aos racismos e responsabilização dos envolvidos."

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