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Notícias | Rio Grande do Sul CASO BETO FREITAS

Acusados pela morte de homem negro espancado em supermercado de Porto Alegre vão a júri popular

Decisão foi da juíza Lourdes Helena Pacheco da Silva; crime contra Alberto Silveira Freitas completa dois anos neste sábado (19)

Por Redação
Publicado em: 18.11.2022 às 16:36 Última atualização: 18.11.2022 às 17:04

Por volta das 20h50 do dia 19 de novembro de 2020, Alberto Silveira Freitas foi morto vítima de espancamento no Carrefour, na zona norte de Porto Alegre, por integrantes da equipe do supermercado. O crime, que completa 2 anos neste sábado (19), teve desdobramentos na quinta-feira (17). A juíza Lourdes Helena Pacheco da Silva, titular do 2º Juizado da 2ª Vara do Júri do Foro Central da Comarca da capital, decidiu que os acusados fossem à júri popular. A resolução foi divulgada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS).

Imagens mostram socos mesmo após Beto ser imobilizado
Imagens mostram socos mesmo após Beto ser imobilizado Foto: Reprodução/Fotos reprodução


Para o Ministério Público, autor da ação, o homicídio triplamente qualificado foi praticado em razão da condição de vulnerabilidade econômica e de preconceito racial em relação à vítima (motivo torpe), que foi brutalmente espancada e morta por compressão torácica (emprego de meio cruel), de forma excessiva pelos réus, que agiram em superioridade numérica (meio que dificultou a defesa da vítima). 

Kleiton Silva Santos, Magno Braz Borges, Adriana Alves Dutra, Giovane Gaspar da Silva, Paulo Francisco da Silva, Rafael Rezende responderão pelo crime. A magistrada manteve a prisão de Borges, Gaspar e Adriana, que está em prisão domiciliar. Os outros três respondem em liberdade.

Ao longo da investigação, foram ouvidas 38 testemunhas, sendo 29 de defesa e 9 de acusação, e os seis réus.

Relembre o caso

O crime aconteceu na noite de uma quinta-feira, véspera do Dia da Consciência Negra, que ocorre no dia 20 de novembro. A vítima, conhecida como Beto Freitas, foi até o supermercado acompanhado pela esposa e, enquanto fazia compras, de acordo com a denúncia, ele foi monitorado pela equipe de segurança do supermercado e acompanhado de forma ostensiva. O motivo dessa conduta do estabelecimento teria sido um desentendimento anterior da vítima com funcionários. 

Freitas foi seguido por Borges, Gaspar, que era PM temporário, e Adriana. Foi no momento de saída do supermercado, quando se dirigia ao estacionamento, que a vítima teria recebido uma provocação de Gaspar e dado início a um embate físico entre os dois. Borges se juntou ao colega na luta e os dois derrubaram Beto no chão.

Adriana, que era a chefe da equipe, coordenou a ação e acionou outros seguranças. Santos e Rezende se uniram ao grupo e teriam ajudado a espancar a vítima. Silva teria chegado por último e, assim como Adriana, impedido que a esposa da vítima e outras pessoas se aproximassem para interferir na ação.

Testemunhas relatam que gritaram para que os acusados parassem porque estavam matando Freitas, mas que os agentes continuaram até a vítima parar de respirar.

O laudo pericial apontou que Freitas foi morto por compressão torácica que ocasionou asfixia por sufocação indireta.

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