Decretada a prisão preventiva de policiais militares suspeitos de atearem fogo em homem
Vítima, que teria sofrido ameaças de morte anteriormente por policiais, foi queimada viva em 3 de fevereiro
Estão presos os dois policiais militares suspeitos de terem ateado fogo em um homem em Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Um dos suspeitos já estava preso temporariamente e o outro estava solto, e se apresentou à polícia na segunda-feira (27). Os PMs são suspeitos do homicídio de Juliano Maximiliano Fialho, que faleceu no começo deste mês, após ter o corpo queimado.
Na decisão, a magistrada Camila Oliveira Maciel Martins, que também atua no caso, junto a 1ª Vara Criminal de Cachoeirinha, explicou que os fundamentos da decisão se embasam na prova da materialidade delitiva e nos indícios suficientes de autoria do crime de homicídio qualificado.
E, ainda, devido ao risco concreto à ordem pública, à investigação e à instrução criminal, "tendo em vista que os policiais envolvidos têm pleno conhecimento dos moradores da região em que ocorreram os fatos".
O crime
O crime aconteceu no começo da noite de de 3 de fevereiro deste ano, no bairro Anair. De acordo com a investigação, quatro PMs estiveram no local, mas apenas dois teriam entrado na residência de Juliano e tiveram contato com ele momentos antes da vítima sair do local pegando fogo e pedindo por socorro. Familiares relataram que ele já teria sofrido ameaças de morte anteriormente por policiais.
A suspeita é de que teria sido utilizado perfume para causar as queimaduras em Juliano. Testemunhas que prestaram socorro ao homem relataram terem sentido um forte cheiro de perfume nele, levando a crer que a queimadura tenha ocorrido da combustão do produto inflamável.
A vítima foi conduzida por populares até a UPA em grave estado de saúde, vindo a falecer dias depois, no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre.