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Notícias | Rio Grande do Sul POLÍCIA

Operação no RS e em outros 22 Estados apreende R$ 43 milhões em bens de facção criminosa

Grupo é investigado por cometer crimes de tráfico de drogas e de lavagem de dinheiro através de "laranjas"

Publicado em: 07.06.2023 às 09:30 Última atualização: 07.06.2023 às 09:31

Uma operação da Polícia Civil cumpre mais de 900 ordens judiciais em 113 cidades de 23 Estados brasileiros nesta quarta-feira (7). A ação busca identificar integrantes de facções criminosas, uma que atua no Rio Grande do Sul e outra com atuação nacional, que praticam crimes de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.


Operação no RS e em outros 22 Estados apreende R$ 43 milhões em bens de facção criminosa
Operação no RS e em outros 22 Estados apreende R$ 43 milhões em bens de facção criminosa Foto: Polícia Civil

Segundo a Polícia, veículos, embarcações e nove aeronaves foram apreendidos. Além disso, contas bancárias foram bloqueadas. O valor dos bens apreendidos é estimado em R$ 43 milhões.

O que a Polícia cumpre nesta quarta-feira:

  • 403 mandados de busca e apreensão;
  • quatro prisões preventivas;
  • busca e apreensão de 187 veículos, sete embarcações e nove aeronaves;
  • outros 86 veículos com situação de gravame e indisponibilidade;
  • bloqueio de contas bancárias de 188 investigados e 42 imóveis com gravame e indisponibilidade.

A ação conta com o apoio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), do Ministério da Justiça e Segurança Pública. As ordens são cumpridas no RS, SC, PR, MS, MT, RO, AC, MG, SP, DF, RJ, RR, ES, CE, RN, BA, GO, PA, AM, MA, AP, TO e PI.

Investigação começou há dois anos

A investigação começou em 2021 e visa desarticular uma organização criminosa dedicada ao tráfico de drogas, contrabando de cigarros e armas em diversas regiões do RS.


Segundo o delegado Diogo Ferreira, titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Passo Fundo, diversas ramificações desta facção foram identificadas. Dessa forma, ele explica que foi possível comprovar que muitos criminosos comandavam a venda de drogas de dentro do sistema prisional.

Há dois anos, são feitas ações para identificar as subdivisões desta organização criminosa. O chefe de uma célula que comandava o tráfico na região norte do Rio Grande do Sul foi identificado. A Polícia também descobriu quem fornecia as drogas a ele, quem transportava seu dinheiro e o dinheiro que dele partia para as instâncias superiores da facção criminosa.

A operação Fim da Linha chega a quarta fase nesta quarta-feira. A investigação apurou farto conteúdo relacionado ao tráfico de drogas, compra e venda de armas de fogo, contrabando de cigarros e inúmeras operações bancárias, transferências de dinheiro, depósitos, Pix e números de contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas.

No decorrer da investigação, foram descobertos "laranjas" de alto escalão, responsáveis por fornecer suas contas bancárias para o recebimento e repasse dos valores do tráfico de drogas para integrantes da organização. Esses "laranjas" eram de Estados como Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Goiás e Bahia.

"Muitas vezes eram pessoas que movimentam vultosas quantias em dinheiro, mas que moram em locais simples, totalmente incompatíveis com as movimentações. Assim como foi constatada a existência de pessoas jurídicas que são tipicamente empresas fantasmas ou que têm suas contas utilizadas exclusivamente para atos de lavagem de dinheiro", esclarece o delegado.

Movimentação de mais de R$ 450 milhões

Um dos investigados movimentou em poucos meses a quantia de R$ 6.029.298,27. Já outro indivíduo movimentou cerca de R$ 36.512.427,16. Uma empresa fantasma movimentou em poucos meses o montante de R$ 94.913.810,33, enquanto outra empresa fantasma também movimentou uma quantia alta, em torno de R$ 27.705.177,57.

Em relação aos valores identificados na investigação, foi verificada nos extratos consolidados das quebras de sigilo bancário dos alvos uma movimentação de R$ 293 milhões em apenas nove meses (de janeiro a setembro de 2021).

Ainda, foi verificado mais de R$ 2 bilhões em movimentações suspeitas.

Segundo a Polícia, a facção do RS usa a estrutura da organização nacional para lavar o dinheiro do tráfico de drogas, contrabando de cigarros e outros crimes. 

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