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Notícias | Rio Grande do Sul CICLONE EXTRATROPICAL

Viúva, filha e genro de ex-diretor da IENH estão entre os mortos em decorrência do ciclone

Casa onde a família morava, em Maquiné, teria sido atingida por um deslizamento de terra; velório está previsto para este domingo em São Leopoldo

Publicado em: 17.06.2023 às 22:50 Última atualização: 18.06.2023 às 02:24

Uma família com forte ligação com Novo Hamburgo e São Leopoldo que morava em Maquiné, no Litoral Norte, está entre as vítimas das chuvas provocadas pelo ciclone extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul nesta semana. Segundo o boletim mais recente da Defesa Civil, divulgado no início da noite deste sábado (17), o Estado já contabiliza 11 mortos e 18 desaparecidos.


Casa da família Schmeling, no bairro Mundo Novo, em Maquiné, ficou totalmente destruída
Casa da família Schmeling, no bairro Mundo Novo, em Maquiné, ficou totalmente destruída Foto: Divulgação

As três mortes de Maquiné são a viúva, a filha e o genro do ex-diretor da Instituição Evangélica de Novo Hamburgo (IENH), o arquiteto e professor Kurt Günter Hugo Schmeling, que morreu no ano passado: Agnes Schmeling, 91 anos; a filha Agnes Schmeling, 57 anos; e o marido dela, Almir Marques Portella Lopes, de 70 anos. O corpo de Almir foi localizado ainda na sexta-feira (16) e mãe e filha foram localizadas neste sábado. A Defesa Civil confirma as mortes. O velório está previsto para este domingo (18) em São Leopoldo.


Agnes Schmeling
Agnes Schmeling Foto: Reprodução/IENH

A família morava no bairro Mundo Novo, em Maquiné, e a suspeita é que tenha sido vítima de um deslizamento de terra. Imagens mostram que a casa onde moravam ficou totalmente destruída. Agnes (filha) era professora no campus de Osório do Instituto Federal Rio Grande do Sul (IFRS) e até o ministro da Educação, Camilo Santana, emitiu nota lamentando a morte.

Ministro da Educação lamenta as mortes

"Nesse momento em que nossas atenções se voltam para o acolhimento da população afetada pela passagem de um ciclone pelo Rio Grande do Sul, quero me solidarizar com amigos e familiares das vítimas desse desastre. Entre as 11 pessoas que perderam a vida, confirmadas pela Defesa Civil gaúcha, está a professora Agnes Schmeling, do Campus Osório do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS). Meus sentimentos à família e comunidade", escreveu o ministro.


Agnes Schmeling, 57 anos, era professora do IFRS em Osório
Agnes Schmeling, 57 anos, era professora do IFRS em Osório Foto: Reprodução

Instituto Federal decreta luto oficial e não abre na segunda

O IFRS também emitiu comunicado informando a morte da professora, que é natural de Novo Hamburgo, além da mãe e do marido dela. Segunda-feira (19) não haverá atividades no campus de Osório do Instituto, que decretou luto oficial. "As demais unidades do IFRS também estão de luto por três dias, porém com a manutenção das atividades acadêmicas e administrativas", informa o comunicado.


Casa da família Schmeling, no bairro Mundo Novo, em Maquiné, ficou totalmente destruída
Casa da família Schmeling, no bairro Mundo Novo, em Maquiné, ficou totalmente destruída Foto: Divulgação

"A professora Agnes Schmeling teve uma destacada atuação em benefício da arte e da cultura no IFRS e na comunidade, em especial na área da música. Desempenhava a função de coordenadora do Núcleo de Arte e Cultura do Campus Osório, o qual tem promovido inúmeras ações para instigar, incentivar e oportunizar o contato de estudantes, servidores e da comunidade externa com iniciativas artísticas", informou o IFRS.

A nota segue dizendo que ela "coordenou ou integrou diversos projetos ligados à música no Campus Osório e promoveu ações para ensinar e incentivar a música junto a diferentes escolas do município. Agnes também fez parte da equipe de professores do Projeto Prelúdio do IFRS – Campus Porto Alegre, no qual regeu os corais infantil e juvenil, ministrou aulas de canto e cursos de formação de professores em música".

Nas redes sociais, amigos de Agnes também lembraram sua paixão e dedicação à música. Leandro Maia escreveu que ela integrou o antigo Coro da Escola Técnica de Comércio da Ufrgs. Ele recorda que Agnes teve participação ativa também no Coral Unisinos e em outras instituições. Flautista, atuou em festivais, ensinou flauta para gerações e foi referência na regência de coros infantojuvenis no Rio Grande do Sul.


Casa da família Schmeling, no bairro Mundo Novo, em Maquiné, ficou totalmente destruída
Casa da família Schmeling, no bairro Mundo Novo, em Maquiné, ficou totalmente destruída Foto: Divulgação

Dona Agnes esteve em Novo Hamburgo no início da semana

A mãe da professora, que também se chama Agnes, morava em Maquiné com a filha e o genro há cerca de um ano, desde a morte do marido. Na última segunda-feira (12) ela esteve em Novo Hamburgo para entregar à Instituição Evangélica fotografias da tribo indígena Tükuna produzidas em 1984 pelo marido, quando ele participou do Projeto Rondon.

Dona Agnes foi recebida pelo diretor-geral da IENH, Seno Leonard, e pela coordenadora dos projetos socioambientais, Isabel Lizakoski. Além das fotos, foram doados artefatos indígenas. Já materiais de preservação ambiental foram destinados ao Memorial Henrique Roessler e um documento histórico para o Memorial da Educação. Ela também esteve na Fundação Scheffel doando relíquias para o museu.

Professor Kurt Schmeling morreu em março do ano passado

O professor Kurt Schmeling morreu em março do ano passado, em Maquiné. Além de diretor da IENH, ele presidiu o Conselho Municipal de Educação de Novo Hamburgo e foi um dos incentivadores da criação da Universidade Feevale. Era também do grupo de pioneiros fundadores do Museu Visconde de São Leopoldo. Além da esposa Agnes e da filha de mesmo nome (Agnes), deixou na época os filhos Betina, Úrsula, Christoph e Mathias. Martin era outro filho, porém já falecido.

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