CATÁSTROFE NO RS: Leite projeta aporte de R$ 100 milhões para reconstrução viária do Estado

O governo do Estado deve aportar cerca de R$ 100 milhões para a reconstrução da malha viária nas cidades atingidas pelas enchentes da última semana. A estimativa foi apresentada pelo governador Eduardo Leite em coletiva de imprensa concedida na manhã desta sexta-feira (8) em Bento Gonçalves.

Na Serra gaúcha, Leite se reuniu com secretários e prefeitos da região para debater as medidas a serem adotadas para o atendimento das cidades prejudicadas pela chuvas. O governador garantiu que o Estado também irá auxiliar os municípios na reconstrução de pontes e estradas de responsabilidade dos governos municipais.

Questionado sobre o papel das barragens para minimizar os impactos das cheias dos rios, Leite lembrou que nas regiões atingidas as mesmas não são de responsabilidade do Estado. “As barragens existentes que estão no curso de rios dessa bacia hidrográfica, estão, até onde tenho conhecimento, vinculadas à geração de energia. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) faz o acompanhamento. É claro que elas acabam amortecendo as águas que vão descendo.”

Para o futuro, o governador deixou em aberto a construção de novas barragens que busquem evitar, ou minimizar, impactos de chuvas severas. “Vamos ter que fazer um projeto mais estruturado sobre as ações necessárias, seja de desassoreamento de rios ou de barragens, enfim, eu não sou o técnico engenheiro que vai dar as situações, temos que contratar esse serviço para o que mais pode ser feito para ajudar a evitar dentro deste ciclo de eventos extremos.”

Mais uma vez, o governador afirmou que a elevação dos rios nesta semana aconteceram de forma fora do comum. “Não são áreas de vulnerabilidade, risco, ocupações irregulares. No centro das cidades onde a água não chegava, ou chegou episodicamente a 30 centímetros, chegou a quatro metros.”

Relação com o governo federal

Leite também afirmou que o governo estadual irá buscar junto à União recursos para a reconstrução das cidades. O governador se mostrou otimista quanto aos repasses, mas pediu agilidade por parte da estrutura federal. “Sensibilidade existe, recursos não faltam e não faltarão. Mais importante do governo federal agora é aliviar a burocracia, a gente não pode ser vencido pela burocracia.”

Na manhã desta sexta-feira o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, convocou uma reunião com ministros para discutir ações de atendimento ao Rio Grande do Sul. Alckmin e os ministros devem visitar o Estado no domingo (10).

O governador ainda fez um pedido às empresas que fornecem aos comerciantes das cidades mais atingidas pelas cheias dos rios, como Roca Sales, Muçum e Santa Tereza, todas no Vale do Taquari. “Evitar cobrança, suspender cobrança, se puder anular cobrança se puder ajudar a repor estoque lá na frente, porque essas pessoas estão aflitas em como vão pagar as contas.”

Segundo Leite, os pequenos comerciantes dessas cidades estão preocupados com os débitos junto aos fornecedores. Outro pedido feito pelo governador é que as pessoas evitem ir até as cidades atingidas e façam as doações nos pontos de coleta.