Inertes

Poucos temas são mais abordados, analisados, elogiados ou criticados do que as redes sociais. Quase não lembramos das tradicionais, que existem há muito tempo e são estruturas construídas, compostas por pessoas, empresas e entidades. Portanto, aqui quero me referir àquelas que estão relacionadas à Internet. "Sou o Orkut. Há 17 anos, criei uma pequena rede social, enquanto atuava no Google. Trabalhamos muito para que nos tornássemos uma comunidade onde o ódio e a desinformação não fossem tolerados... O mundo precisa de gentileza, agora mais do que nunca. Há tanta agressividade on-line nos dias de hoje, e nossas opções para encontrar e construir conexões reais são poucas e bem escassas".

Essas são algumas afirmações do criador do Orkut, que promoveu uma verdadeira revolução na comunicação entre as pessoas - e faz pouco tempo! Nas suas palavras, ele parece decepcionado, mas, na continuidade da reflexão, não esconde a esperança em um mundo melhor.

Afinal, quem faz esses extraordinários instrumentos de comunicação unirem ou dividirem? AS PESSOAS! O WhatsApp, YouTube, Instagram, Facebook e outros seis mais usados por milhões de brasileiros e pela maioria dos planetários são inertes. Elogios, solidariedade, ofensas, mentiras, amor, ódio, cordialidade, reflexões, carinho, destruição e construção são virtudes e defeitos de seres humanos. Navegamos num mar completamente aberto, sem limites, nem restrições. É um excelente ambiente para nos analisarmos como indivíduos e como sociedade.

Desejaria muito concluir que as redes sociais nos apresentam uma humanidade harmoniosa, com leves deslizes. Ou não?

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