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Opinião

Uma vida nova a cada dia

Publicado em: 07.06.2023 às 03:00

A cada dois dias geramos um volume de dados equivalente ao que criamos do início da civilização até 2023. Isso não impede o aumento dos casos de depressão e ansiedade e da incapacidade de diálogo. O Brasil é o país mais ansioso do mundo e o oitavo com maior número de depressivos. Existem no Brasil 249 milhões de celulares para 155 milhões de proprietários. Não faltam ferramentas para a comunicação, mas a tecnologia parece turbinar as angústias.

Dia desses ouvi uma frase interessante: "Não somos um país feliz. Somos um país eufórico". A afirmação faz sentido diante da alegria que o carnaval desperta em nós, mas por tempo determinado. No cotidiano nota-se desesperança, pessimismo, aflição. São tempos de mudanças radicais. O contato humano é substituído por ferramentas tecnológicas do tipo "digite 1 para cancelar sua conta" para qualquer serviço. A insegurança gerada pelo "mundo novo" gera crescente ansiedade. Fanáticos por tecnologia sofrem com a sensação de perda de algo quando estão com amigos para um chope. Forja-se uma vida artificial.

O desafio da conectividade total é dosar: "O bom senso jamais está nos extremos, mas sempre no equilíbrio", dizia meu pai. Estar conectado não significa isolar-se numa bolha. É transformar as ferramentas em instrumento de aproximação.

A inteligência artificial questiona relações e competências. A substituição da capacidade humana ameaça profissões e habilidades. É preciso força de vontade para driblar as tentações de fazer de cada pequeno gesto uma postagem.


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