Prevenir

"Somos o país do futuro. Nossa população é basicamente formada por jovens". Eram afirmações que faziam parte dos nossos discursos há alguns anos. Essa realidade vem mudando. O percentual de brasileiros com mais de 60 anos está parecido com o de 0 a 15 anos.

O aumento da expectativa de vida, a diminuição da mortalidade infantil e do número de nascimentos causam essa mudança. Apenas em torno de 40% das pessoas têm menos de 30 anos. Qual a consequência? Está reduzindo o bônus demográfico. O que significa? Cai a faixa etária adulta que forma mão de obra. Entre outras dificuldades, teremos que enfrentar a queda das contribuições para a previdência. Mais aposentados e vivendo mais, com menos contribuintes. Nos países europeus, os impasses já são grandes.

Acompanhamos pela imprensa fortes manifestações contra reformas. Aposentados e idosos sendo maioria, ativos no trabalho cada vez menos, e todos contrários ao aumento significativo de alterações para sustentar a previdência. No Brasil, já estamos enfrentando desafios semelhantes e, com certeza, bem maiores nos aguardam. Perto de nós, basta acompanhar um pouco os debates com relação ao futuro do IPE.

Sem entrar em detalhes, se fizermos uma reflexão, chegaremos à conclusão de que já erramos bastante. Por vezes, fomos até levianos com uma questão tão importante. Frente à nova realidade que se desenha, ativos no mercado de trabalho, aposentados e, especialmente, governos em nível municipal, estadual e federal devem se conscientizar de que a previdência, sobrevivência de muitos, precisa ser levada bem a sério. É necessário prevenir e ensaiar a virtude de ceder porque, quando falta pão, ninguém tem razão.

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