Os bilionários

O vazio existencial surge pela ausência de objetivos na vida, porque certas pessoas carecem de um conteúdo profundo pelo qual viver, ampliando sua angústia e tensão emocional.

As notícias dos cinco desaparecidos do submersível Titan nos levam a refletir sobre o tema. Cada um deles pagou US$ 250 mil por uma viagem perigosa até os destroços do Titanic, que resultou em suas mortes.

Estamos assistindo ao "luxo mortal" experenciado pelos bilionários, para preencher seu vazio emocional e espiritual. Essas façanhas são oferecidas aos super-ricos por indústrias de viagens de aventuras, que já faturaram US$ 683 bilhões. Assim, os super-ricos podem explorar as profundezas do oceano e pagar por cruzeiros para lugares como a Antártida e voos para o espaço. E postam na Web como experiências exclusivas, pois é chique gabar-se de suas peripécias.

No caso dos indivíduos remediados, o vazio existencial e a falta de sentido em suas vidas são silenciados através de festas badaladas, sexo sem compromisso, uso de drogas e álcool, divertimentos fúteis etc, deixando uma lacuna para novos desejos.

Aliás, os bilionários realizaram esses desejos, visto que possuem muito dinheiro, propriedades e poder. Hoje, o que mais importa para eles são as experiências de suas aventuras perigosíssimas.

Enfim, o vazio existencial quando se manifesta nos super-ricos, eles pagam milhões de dólares por viagens de alto risco para tapar o "buraco emocional" com adrenalina ou fortes emoções, e se resultarem em mortes viram sentimentos de comoção e espetáculos midiáticos.