Love is love

Às vezes me pego pensando no que de bom aconteceu na minha semana. Ainda que seja uma estratégia para balancear o que não foi legal. Uma espécie de Pollyanna que me habita desde as leituras da infância. Nos últimos dias, tive um presentão que me deixou maravilhada, e, no dia seguinte, um balde de água fria, deixando a ingenuidade de lado. A vida é assim.

Estive em uma reunião de trabalho em que um grupo do oitavo ano da Escola Municipal Getúlio Vargas, de Novo Hamburgo, orientados pela professora Fernanda Soares, que realizam pesquisas sobre a temática LGBTQIAP , apresentou sua caminhada. Love is love: toda forma de amar é um projeto de pesquisa sobre homotransfobia realizado pelos alunos João, Isabella e Lara. Adolescentes superantenados com metodologias e temáticas relevantes com necessidades urgentes de serem "traduzidas" para a população em geral. Afinal, sabemos que o Brasil é o País que mais mata essa população.

Esses jovens nos deram uma aula sensacional. Urge a necessidade de respeitar a diversidade e as diferentes formas de viver e se expressar neste mundo líquido com já nos sinalizou o sociólogo Bauman. Quem não o conhece, é uma boa oportunidade de dar um Google e ler alguma obra dele.

Acabei perguntando quando a gurizada iria se inscrever no mestrado, afinal, já foram premiados nacionalmente pelas suas produções. Mas eles estão só no oitavo ano e eu terminei a tarde com o coração quentinho de tanto love e enxergando esperança.

Kierkgaard escreveu, "se pudesse desejar algo para mim, não desejaria riqueza nem poder, mas a paixão da possibilidade; desejaria apenas um olho que, eternamente jovem, ardesse de desejo de ver a possibilidade". E eu vi.