Amor e depois ódio

Tanto se fala em crimes de ódio, discursos de ódio e por aí vai. O amor tem ocupado em menor grau as nossas mentes. No início do ano, o atual presidente do Grêmio concatenou uma operação estratégica de alto risco, com absoluto sucesso e jogou pra cima do tradicional rival, toda a dúvida. A vinda de Suárez deu no que deu. Grêmio campeão gaúcho, Inter nem mesmo classificado para as finais.

O pensamento mágico do colorado era: mantido Mano Menezes, o clube vice brasileiro, só poderia subir. Porém como diria aquele ancião, não há nada como um dia após o outro.

O dialético Mano foi dispensado depois de um semestre capenga e o atacante Suárez manifestou seu voluptuoso desejo de trocar o Guaíba por Miami Beach. Antes, surgiram aquelas dores insuportáveis no joelho que provocaram um inconsciente coletivo de compaixão e empatia na torcida tricolor.

De repente, a lava de amor começou a esfriar e se transformou em um magma de mágoa. Ouviram-se coisas do tipo- "ninguém é maior que o Grêmio, se não tá feliz aqui, pega teu boné e vai ao mundo"!

Enquanto a nação colorada mandava Mano tomar caju, a relação do GFPA com o uruguaio que teria oferecido 10 milhões de dólares ao clube, só para deixá-lo sair, começou a se deteriorar dia após dia. Perante um tratamento conservador-Tomou Doril, a dor sumiu- Suárez deixa de concorrer ao Óscar de melhor ator coadjuvante e se imagina com sua família, tomando o justo sol dos semiaposentados em Fort Lauderdale.

Além do convite de Messi, dos encantos seguros da Flórida, da grana do presidente Beckham, a mulher não para de repetir em tom de ameaça: "Luisito, yo me voy a partir con los niños"! Só mesmo o Flamengo amanhã, pode reparar todo esse dano.