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Opinião

Estância de Belém

Publicado em: 11.09.2023 às 03:00

Pois se tem algo que foge ao nosso controle, é o tempo. Parece que foi ontem, eu com nove anos, e uma nova cidade nascia, dia 8, Estância Velha completou 64 anos. Quando eu tinha 24 anos, já como vice-prefeito em exercício, nas férias do titular Pedro de Quadro Bittencourt, o maior gentleman que já conheci, algo aconteceu.

Como vocês sabem, em cidade pequena, tudo deságua no prefeito, não importando se são problemas pessoais ou não. Assim, um casal acompanhado de uma bela moça ancorou no gabinete para pedir ajuda. Contaram que a moça estava grávida, levei um susto danado, mas disfarcei tentando saber o motivo da aflição e aí veio a bomba: - Ela não tem namorado e nunca ficou com homem algum - disse o pai. O casal queria saber o que fazer. Meus neurônios vibraram como uma corneta, poderíamos virar uma nova Belém e conhecida no mundo inteiro.

Pedi a eles dois dias, para falar com um médico amigo meu e para lá os encaminhei, à espera do milagre e uma nova estrela cadente. Como uma implosão dolorida, o médico me ligou com toda discrição ética para informar-me que não era desta vez que seríamos uma nova Belém. Nunca mais vi a família que poderia ter mudado a história e o nome de Estância Velha, mas há uma foto da "audiência".

Mas o que não mudou nestes anos todos foi e é o fanatismo por trabalho dos estancienses, não só para gerar divisas mundiais, mas a solidariedade e parceria comunitária. Nem os que iniciaram tudo em 1959 só no braço e união imaginariam isto, por isto, me curvo e rendo a eles todas as homenagens represadas no esquecimento injusto, para agradecer por tudo.


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