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Eleições ELEIÇÕES 2022

Como foi o primeiro debate do segundo turno para o governo do Rio Grande do Sul

Onyx Lorenzoni e Eduardo Leite fizeram encontro quente na noite desta segunda-feira, na Band

Por Eduardo Amaral
Publicado em: 11.10.2022 às 01:32 Última atualização: 11.10.2022 às 09:19

Foi quente o primeiro debate entre Onyx Lorenzoni (PL) e Eduardo Leite (PSDB) no segundo turno da eleição para o governo do Rio Grande do Sul. Pela primeira vez desde a semana anterior à votação do dia 2, os candidatos se encontraram nesta segunda-feira (10) à noite na sede do Grupo Bandeirantes, em Porto Alegre.

Onyx Lorenzoni e Eduardo Leite participam, na Band, do primeiro debate do segundo turno da eleição para o governo do Rio Grande do Sul
Onyx Lorenzoni e Eduardo Leite participam, na Band, do primeiro debate do segundo turno da eleição para o governo do Rio Grande do Sul Foto: Eduardo Amaral/GES-Especial

Acompanhado de assessores e da esposa Denise, Onyx chegou à sede da Band minutos antes do adversário. O clima ameno dos bastidores mudou logo no início do programa, quando os candidatos subiram o tom das críticas. Em vários momentos do programa os assessores reagiram ao que era dito no estúdio, não conseguindo disfarçar o tensionamento típico de segundo turno.

Nos intervalos, Denise Lorenzoni era a primeira a se aproximar e a última a se afastar do púlpito onde estava o marido. No primeiro turno ela teve participação ativa na campanha do ex-ministro e, ao que tudo indica, consolidará seu protagonismo nas semanas finais da campanha. Além da esposa e de assessores de perfil técnico, Onyx estava acompanhado de deputados eleitos.


Eduardo Leite também levou aliados para o debate. Nos intervalos o ex-governador optou por deixar o púlpito e, em um canto do estúdio, conversar com dois de seus assessores. Na saída, a exemplo da equipe de Onyx, a assessoria de Leite comemorou o resultado do debate, que voltou em temas recorrentes no primeiro turno, como o futuro do Banrisul.

Privatizações

Logo no início do debate Eduardo Leite questionou Onyx sobre privatizações. O candidato do PL respondeu de forma evasiva e o tucano aproveitou para reafirmar que não pretende privatizar o Banrisul em um eventual segundo governo. “Nós não vamos privatizar o banco no próximo governo, mas precisamos ter um banco sólido”, emendou.

O tema da privatização do Banrisul voltaria no terceiro bloco. Foi quando Onyx também falou que, se eleito, não vai privatizar o Banrisul. “Eu não vou privatizar o Banrisul”, salientou, aproveitando para apontar que pretende usar o banco para fomentar a economia gaúcha.

Desconstrução

Em uma visível estratégia de desconstrução do adversário, tanto Onyx quando Leite abriram espaço para temas espinhosos e sensíveis no momento das perguntas. O ex-ministro falou da renúncia de Leite ao governo, no fim de março, e o ex-governador citou que o adversário "tem problemas com o caixa", em clara alusão ao episódio de caixa 2 admitido por Onyx no passado.

Leite apostou na estratégia de colar em Onyx a imagem da incompetência e procurou o tempo todo fugir do debate nacional e evitar críticas a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). “Fala muito sobre ter sido ministro, mas ficou pipocando nos ministérios porque não foi bem em nenhum. Foi um ministro pipoqueiro, não teve bom desempenho”, criticou o tucano ainda no primeiro bloco. “Aqui é não é quintal de Brasília”, afirmou o ex-governador.

Méritos de Brasília

Além das críticas ao governo Leite, o candidato bolsonarista vinculou supostas conquistas estaduais dos últimos anos a ações do governo federal. Também usou citações religiosas para tentar colar em Leite a imagem de insensível. “Ele nunca fala de pessoas, de vida, de transformar o Estado e a vida das famílias”, afirmou o candidato. Em outro momento Onyx disse que Leite tem “um coração empedrado.”

No terceiro bloco, ao ser questionado sobre como implementar clínicas de especialidades médicas no Estado, Onyx subiu o tom. “Tu foi moleque com o ex-governador Sartori quando tu mandou ele levantar o bumbum da cadeira. Fizeste o que, ficaste no palácio trancado. Tem um coração empedrado, não aprendeu nada”, atirou Onyx, gerando reações entre seus assessores.

Deus e caixa 2

Onyx Lorenzoni e Eduardo Leite participam, na Band, do primeiro debate do segundo turno da eleição para o governo do Rio Grande do Sul
Onyx Lorenzoni e Eduardo Leite participam, na Band, do primeiro debate do segundo turno da eleição para o governo do Rio Grande do Sul Foto: Eduardo Amaral/GES-Especial

Durante o segundo bloco a temperatura diminuiu um pouco. Foi quando os candidatos responderam a perguntas dos jornalistas da Band -- e Leite sinalizou que um dos perguntadores havia caído em fake news.

Ao responder sobre economia, Onyx tentou vincular Eduardo Leite ao PT, adversário histórico do político e que rivaliza com Bolsonaro no campo nacional. Lembrou que durante a pandemia de Covid-19 a gestão Leite foi aconselhada pelo então reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pedro Hallal, a quem classificou como “um petista de carteirinha.”

Neste momento, pela primeira vez na noite se ouviu os gritos dos apoiadores de Onyx ecoarem pelos corredores da Band. “Ele tem problema com os números, para não dizer que ele mentiu descaradamente, ele se atrapalhou cometendo o crime de caixa 2. Quem quer cuidar das pessoas tem que cuidar dos números”, disse Leite em momento de crítica a Onyx.

Em seguida, diminuiu o tom e lembrou que o filho do candidato, Rodrigo Lorenzoni, esteve no primeiro escalão do governo estadual. “Admito que o senhor até é bem intencionado, mas mal assessorado. Tive seu filho atuando no meu governo. Foi meu secretário e fez um bom papel, inclusive na pandemia.”

A avaliação dos candidatos

Apesar do tom mais ácido, não houve pedido de direito de resposta no debate da Band. Ao final, tanto Onyx quanto Leite avaliaram positivamente o programa. “Agora não tem tergiversar. Tem que discutir as coisas, mostrar a que veio. E acho que o debate foi em alto nível o tempo todo e nós conseguimos, cada um, mostrar quais são os conceitos, os princípios, os valores que cada um tem”, avaliou Onyx.

Leite seguiu a mesma linha. “Não fomos agressivos, não fizemos ataques pessoais. Trouxemos um debate de enfrentamento, de contraposição de currículos, de biografia, de projetos para o Estado. Mostramos a capacidade que cada um tem de liderar um governo. O governador precisa ter a capacidade técnica, gerencial", resumiu Leite.

Debate do Grupo Sinos

Está confirmado para o próximo dia 24, no início da semana do segundo turno, o debate entre os dois candidatos na Central Grupo Sinos de Eleições. Onyx e Leite voltam a se encontrar na redação do Jornal NH a partir das 9 horas do dia 24, com transmissão ao vivo pela Rádio ABC 103.3 FM e plataformas digitais do Grupo Sinos. A mediação será do jornalista Cláudio Brito.

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