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Notícias | Especial Coronavírus Na Rádio ABC

Testes sorológicos não são 100% confiáveis, diz virologista da Feevale

Pesquisador Fernando Spilki falou no cenário da Covid-19, existem pacientes em que os anticorpos não são detectáveis

Por Jauri Belmonte
Publicado em: 18.06.2020 às 12:59 Última atualização: 18.06.2020 às 13:14

O coordenador dos exames do Laboratório de Microbiologia Molecular e professor da Feevale, Fernando Spilki, participou do programa Ponto e Contraponto da Rádio ABC na manhã desta quinta-feira (18). Segundo ele, o teste de sorologia (o teste rápidos) não é 100% confiável e um dos motivos para tal afirmação é que mesmo se o paciente testou positivo para a Covid-19 na realização do exame PCR, ele pode não ter desenvolvido anticorpos.

"Nós sabemos que na Covid-19, algo aproximado de 85% a 90% dos pacientes desenvolvem anticorpos no período de um mês, e o restante, os anticorpos não são detectáveis. Então a ideia de que testei positivo e vou testar positivo também para anticorpos, neste momento não tem grande valor para o indivíduo", disse. 

Segundo o pesquisador, nos testes sorológicos, a capacidade analítica é ruim. "Testes sorológicos detectam anticorpos produzidos contra o vírus. Já o PCR detecta o vírus. Por isso, precisamos questionar os testes sorológicos, pois eles precisam de melhorias ainda. Na área da virologia costumamos dizer que precisam ser vistos com cautela. O próprio PCR, dependendo da fase em que ele é realizado, também necessita cuidado na análise", ponderou.

Ele ainda reitera que muitas pessoas têm buscado fazer de forma voluntária os testes, buscando resguardo quanto ao vírus. "Muitos fazem para ver a presença de anticorpos ou, até mesmo, se desenvolveu e, com isso, sentir-se protegido. Isso pode passar uma falsa segurança ao paciente", falou. "Mas temos que ficar cientes que não há também comprovação de que o indivíduo que já esteve infectado esteja totalmente seguro com relação a um novo contágio", completou.

Spilki salientou, ainda, que no momento é preciso ter cautela, pois o vírus vive uma crescente. "Lamentavelmente estamos em uma ascendente. Estamos com um número maior que a demanda, comparando com o que tínhamos há duas semanas. A testagem apresentava positivo para  10, 15%, hoje temos 25 a 33%. O momento é de atenção. A ocupação próxima do limite é a prova de que o vírus avança", finalizou.

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