Profissionais de saúde estão na ponta do enfrentamento à Covid-19 e, consequentemente, também acabam expostos ao risco de infecção pelo novo coronavírus. Em Novo Hamburgo, apenas nos últimos dez dias, 85 funcionários públicos ligados a área pediram afastamento de suas funções. Outros 71 já tiveram diagnóstico confirmado, em um dos casos mais emblemáticos, uma técnica em enfermagem que está entubada no Hospital Municipal.
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Além dos cuidados para garantir a plena recuperação médicos, enfermeiros e técnicos, por exemplo, outro desafio a partir de agora é conseguir equacionar a elevação da demanda – cada vez mais alta – com a retração na disponibilidade de pessoal.
Até por conta disso, a Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo (FSNH) lançou nesta terça-feira (23) o 6º processo seletivo simplificado para contratação emergencial de pessoal desde o início da pandemia no Estado. Desta vez, destinado a médico intensivista rotineiro e médico plantonista de unidade de terapia intensiva (UTI). O número de vagas não foi confirmado pela FSNH.
Secretário municipal da Saúde, Naasom Luciano pontua que esta situação acaba, como consequência, interferindo no planejamento e organização do atendimento à população em meio à pandemia. “Fechar a escala com uma falta de funcionários tão grande é um desafio”, relata. “Toda a nossa estrutura, seja ela Covid ou não, precisa ser tocada. A gente tem algumas estratégias de forma paliativa a médio prazo”, acrescenta o titular da pasta.
Até por conta disso, o disparo dos gatilhos – que ainda não foram divulgados em sua totalidade pela Prefeitura, mas são as travas de segurança acionadas pelo Município conforme se aumenta a propagação do vírus na cidade – também acaba impactado porque não há condições de expandir a capacidade hospitalar sem que se tenha profissionais para exercer essas funções. “O profissional de saúde acaba exposto e adoecendo”, complementa o titular da pasta da Saúde.
Ainda de acordo com o secretário, o disparo desses mecanismos de reforço estrutural ocorrem especialmente quando são constatadas a progressão de dois fatores. “O avanço da doença e a necessidade de aumentar a estrutura”, esclarece Naasom.