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Notícias | Novo Hamburgo Sessão é hoje

Saiba como os vereadores de Novo Hamburgo devem votar no julgamento de Vilmar

Parlamentar perderá o mandato apenas se dez integrantes da Câmara entenderem que o denunciado cometeu quebra de decoro

Por João Victor Torres
Publicado em: 08.06.2020 às 13:35 Última atualização: 08.06.2020 às 13:36

Enfermeiro Vilmar (PSL) Foto: Tatiane Lopes/CMNH

A noite desta segunda-feira (8) poderá resultar em um fato marcante na Câmara de Novo Hamburgo. Afinal, não há registro no Legislativo de que algum vereador tenha perdido o mandato em plenário. Enfermeiro Vilmar (PSL), que foi processado no Conselho de Ética por quebra de decoro, pode ser o primeiro a deixar o cargo por decisão dos colegas.

Conforme levantamento realizado pelo Jornal NH, nove dos 14 vereadores do Município disseram como devem se posicionar. O presidente Gerson Peteffi (MDB), o vice Raul Cassel (MDB), segundo secretário Serjão Hanich (MDB) e Inspetor Luz preferiram não antecipar suas posições. Já Patrícia Beck (PP), procurada, não respondeu a reportagem.

Deste total, oito entenderam que Vilmar cometeu infração e deve deixar a função. Para isso se efetivar serão necessários, pelo menos, dez votos. Isso significa adesão de dois terços, portanto, maioria absoluta.

Levando em consideração os números até aqui, Vilmar terá que contar com a benevolência dos quatro parlamentares do MDB para terminar a atual legislatura.

O fato curioso é que nas últimas duas sessões, o vereador atacou o partido, em especial o presidente do Conselho de Ética, Inspetor Luz. E alegou ser perseguido pela sigla. “Alguns vereadores do MDB querem me cassar desde o ano passado, porque sou oposição”, disse Vilmar na última quarta-feira, dia 3 de junho.

O vereador do PSL - que não faz parte da base de sustentação da prefeita Fátima Daudt (PSDB) na Câmara – reafirmou o discurso ao ser procurado pelo Jornal NH. Além disso, endereçou as críticas também à relatora do conselho, a vereadora Tita (PSDB), que elaborou o relatório favorável à perda do mandato.

Segundo Vilmar, os colegas, “vão votar algo que eles não viram e, sim, porque a relatora - que é do partido da prefeita - apresentou um relatório supondo quebra de decoro”, afirma. Além disso, reclama que seus advogados não terão espaço para se manifestar em plenário.

Por outro lado, o vereador Cristiano Coller (PTB) diz que a votação não deve ser encarada como uma espécie de perseguição. “Ninguém pediu para votar sim, é questão de bom senso e convicção”, disse o petebista.

Além disso, dois parlamentares que estão na oposição à gestão de Fátima também confirmam que votarão contra Vilmar nesta noite: Enio Brizola (PT) e Felipe Kuhn Braun (PP).

Veja como deve ser os votos de cada vereador

O (A) senhor(a) votará pela perda de mandato do vereador Enfermeiro Vilmar?

Gerson Peteffi (MDB) - Não abriu voto
Raul Cassel (MDB) - Não abriu voto
Inspetor Luz (MDB) - Não abriu voto
Serjão Hanich (MDB) - Não abriu voto
Tita (PSDB) - Sim
Vladi Lourenço (PSDB) - Sim
Gabriel Chassot (PSDB) - Sim
Felipe Kuhn Braun (PP) - Sim
Patrícia Beck (PP) - Não respondeu
Nor Boeno (PTB) - Sim
Cristiano Coller (PTB) - Sim
Enio Brizola (PT) - Sim
Fernando Lourenço (PDT) - Sim
Enfermeiro Vilmar (PSL) - Não

Entenda o caso

O caso em questão analisará possível quebra de decoro de Enfermeiro Vilmar. O parlamentar foi acusado por uma adolescente, em julho do ano passado, de supostamente praticar assédio sexual contra a então menor de idade. O processo tramita sob sigilo na Justiça, mas foi investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). Em função disso foi instaurado procedimento no Conselho de Ética, que é diferente do processo na esfera criminal, e se arrastou pelos últimos oito meses.

Na semana passada, a defesa de Vilmar obteve na Justiça liminar impedindo a votação em plenário. O juiz Daniel Pellegrino Kredens, da 4ª Câmara Cível Especializada em Fazenda Pública, revogou na quinta-feira (4) o despacho inicial. Assim, autorizou a Câmara a recolocar a resolução em pauta.

No domingo (8), o agravo de instrumento impetrado pela defesa junto ao Tribunal de Justiça também foi negado. O último recurso a ser buscado seria no Superior Tribunal Federal (STF), mas a partir de uma reclamação constitucional levada à corte pelos advogados, só quo do entendimento do ministro Luís Roberto Barroso - ao negar o pleito - indicou que o o Legislativo tem autonomia para seguir o rito para processos por quebra de decoro de acordo com a Lei Orgânica Municipal.

Os defensores de Vilmar defendiam a implementação dos prazos e regramento previsto no decreto lei 201/67, mas em primeiro e segundo grau, a tese acabou refutada pela Justiça.

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