HISTÓRICO: Nível do Rio do Sinos atinge marca mais alta desde 2015 em Novo Hamburgo
Segundo a Prefeitura, a alta do rio durante a madrugada foi mais acentuada e a tendência é permanecer subindo ao longo das próximas horas
Uma marca histórica. Na manhã deste domingo (18), o nível do Rio do Sinos atingiu o seu maior nível dos últimos oito anos em Novo Hamburgo. Conforme medição da Comusa, às 10 horas, a marca era de 7,37 metros, apenas 22 centímetros da marca de 2015, quando atingiu a 7,59 metros.
Segundo a Prefeitura, alta do rio durante a madrugada foi mais acentuada e a tendência é permanecer subindo ao longo das próximas horas em razão da quantidade de chuva do ciclone extratropical que atingiu as cabeceiras do rio, na altura da cidade de Caraá.
Moradores de localidades que até a noite do sábado não haviam sido atingidos pela enchente, relatam que desde a madrugada o nível do rio sobe e atinge as suas residências. Em Lomba Grande, no Vila Integração, a doméstica Cacilda Vieira , 63 anos, está na casa da filha na rua João Vendelino Machado desde sábado a tarde. Pela madrugada de domingo a água invadiu a casa da idosa na Rua Alcido Osmar Klein, que fica próxima da casa da parente que o alagamento também atingiu nas últimas horas.
Cacilda mora há 33 anos naquele local e conta já vivenciou cerca de dez enchentes. Em duas delas com a casa condenada: em 2013 foi 1,5 metro dentro de casa e 80 centímetros em 2018. “Agora não sei como será. Só deus sabe”, lamenta sobre a atual situação.
A Prefeitura afirma que a Defesa Civil, com apoio de secretarias municipais e também dos bombeiros, segue em trabalho de campo, com barcos para resgatar moradores, máquinas pesadas e caminhões.
Além da Vila Palmeira e arredores no bairro Santo Afonso, onde as águas estão baixando em razão do trabalho da Casa de Bombas, a alta do nível do Sinos começa a atingir fortemente a Vila Marrocos, na Santo Afonso; Vilas Getúlio Vargas e Kipling, em Canudos; e Integração e Porto das Tranqueiras, em Lomba Grande.
Conforme novo levantamento da Prefeitura divulgado na manhã deste domingo, há 221 pessoas abrigadas no bairro Santo Afonso, sendo 141 na Base de Ações Comunitárias Integradas (BACI) e 80 na Escola Municipal Arnaldo Grin. Em Canudos, há uma família abrigada na Escola Municipal Martha Wartenberg, que é a referência local para alojamento.
Acolhimento
O trabalho em Novo Hamburgo conta com dezenas de voluntários e está sendo realizado em várias frentes. “Estamos todos mobilizados em Novo Hamburgo. Não deixaremos ninguém desassistido”, enfatiza a prefeita Fátima Daudt, que está diretamente envolvida nas atividades, coordenando os trabalhos.
Nos locais dos abrigos, após a triagem realizada por assistentes sociais e psicólogos, as pessoas passam por avaliação médica com profissionais da Secretaria Municipal de Saúde, que separa aquelas com sintomas gripais e resgata o histórico médico para retomar eventuais tratamentos interrompidos em decorrência da perda de remédios nos alagamentos. Nestes locais, também recebem alimentação, roupas e colchões.
Na Fenac, voluntários recebem donativos entregues pela comunidade de Novo Hamburgo para ajudar as pessoas atingidas. Colchões, cobertores, alimentos, material de limpeza e de higiene pessoal, além de sacolas de roupas estão sendo entregues desde a tarde desta sexta-feira. O atendimento na Fenac ocorre diariamente, das 9 às 18 horas, inclusive neste domingo.
Famílias que não deixaram suas casas, mas precisam de ajuda, também estão sendo atendidas. Nestes casos, os locais são os Centros de Referência em Assistência Social (CRAS). Na Santo Afonso, fica na Avenida Montevidéu, 605; em Canudos, na Rua Ícaro, 933; e no Kephas, na Rua Tamoio, 52, bairro Diehl.
Como pedir ajuda
- A Defesa Civil atende pelos seguintes telefones: 99707-9954 / 99920-8131 / 99467-6568 / 98058-9979 / 98013-9178.
- Emergências: em caso de desabamento, soterramento ou qualquer risco eminente à vida, ligue 193 (Corpo de Bombeiros).
