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Notícias | País Entrevista à Rádio ABC

'Hoje, ele perde a eleição em qualquer cenário', diz ex-ministro Mandetta sobre Bolsonaro

Ex-ministro da Saúde de Jair Bolsonaro e pré-candidato à Presidência, Luiz Henrique Mandetta concedeu entrevista ao programa Redação 103, da Rádio ABC

Publicado em: 26.07.2021 às 12:25 Última atualização: 26.07.2021 às 12:35

Ex-ministro da Saúde do governo de Jair Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta diz não acreditar na reeleição do presidente da República em 2022. Em entrevista ao programa Redação 103, da Rádio ABC, na manhã desta segunda-feira (26), Mandetta afimou que Bolsonaro descumpre o que prometeu aos eleitores durante a campanha e fez duras críticas à postura que vem sendo adotada pelo governo. (Ouça na íntegra abaixo).

Ex-ministro da Saúde e pré-candidato à Presidência, Luiz Henrique Mandetta concedeu entrevista à Rádio ABC Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil

"Bolsonaro está numa situação política muito fragilizada, ele está entregando o governo a tudo aquilo que ele falava que não ia entregar, ele perdeu as pessoas que acreditaram naquelas bandeiras, que eram bandeiras corretas. Eu votei nele, eu fui ao governo porque eu acreditei que seria um governo técnico", justificou. 

"Eu me lembro quando o Moro chegou, eu falei: 'agora nós vamos enfrentar a corrupção para valer'. Foram chegando as pessoas para formar um ministério muito técnico. Depois, ele foi se perdendo, e ele não é capaz de entregar aquilo pelo qual votamos. E aí, nesse caminho, ele perde a eleição. Hoje, ele perde a eleição em qualquer cenário, contra qualquer um dos candidatos", avaliou.

Durante a entrevista, Mandetta não poupou críticas ao Partido dos Trabalhadores (PT), frisando que "não passa pano" para os governos anteriores. "Os dois [Bolsonaro e PT] não querem que surja o novo, que surja o futuro, que surja o amanhã, que vire essa página."

Pré-candidato à Presidência, após eleger e integrar o governo de Jair Bolsonaro, Mandetta agora busca se apresentar como a "terceira via". Filiado ao Democratas, ele colocou seu nome à disposição para a disputa eleitoral do ano que vem e diz que a maioria do partido tem se distanciado de Bolsonaro e trabalhado com a ideia de uma candidatura própria.

"O partido tem uma posição muito clara de independência em relação ao governo Bolsonaro. Nós temos quadros do partido, como eu fui, eu fui ministro desse governo por um convite do presidente à época, de formar uma equipe técnica, de fazer um combate à corrupção, de fazer combate ao crime organizado, de fazer uma política nova. E esse estelionato eleitoral que ele vem fazendo, a retirada do Moro, o fim do combate à corrupção, o fim da Lava-Jato, depois ele vem aumentando isso, agora, com o loteamento de cargos, isso aí separa hoje a linha majoritária do partido", declarou.

Mas em recente entrevista à Rádio ABC, Onyx Lorenzoni, filiado ao Democratas e integrante do alto escalão do governo, afirmou que "vestirá camisa por lealdade a Bolsonaro" ao ser questionado sobre a reforma ministerial promovida pelo presidente para acomodar o Centrão e garantir apoio.

Sobre Onyx, Mandetta acredita que ele deve acabar deixando o Democratas.

"É claro que você tem figuras dentro do Democratas que se tornaram tão dependentes da figura do presidente, como é o caso do Onyx aí no Rio Grande do Sul, que provavelmente vão deixar o partido, vão procurar se filiar no partido onde o presidente estiver para tentar ter suas vidas políticas. Ou, se permanecerem, serão votos dentro de uma convenção democrática como é a escola desse partido, em que cabe o debate, em que cabe o contraditório, mas eu diria que 80, 90% do partido marcha já unido com a ideia de ter candidatura própria", reforçou.

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