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REFORMA TRIBUTÁRIA: Texto sofrerá mudanças a pedido de governadores; confira os pontos

Relatório deve ser votado na Câmara dos Deputados nesta semana; relator da reforma garante que proposta não irá onerar cesta básica

Publicado em: 05.07.2023 às 10:56 Última atualização: 05.07.2023 às 10:57

O relatório da reforma tributária, previsto para ser votado ainda nesta semana na Câmara Federal, terá mudanças a pedido de governadores. A confirmação foi feita na terça-feira (4) pelo relator da proposta, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).


Deputado Aguinaldo Ribeiro, relator da reforma tributária | Jornal NH
Deputado Aguinaldo Ribeiro, relator da reforma tributária Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

Conforme o relator, o Conselho Federativo e o Fundo de Desenvolvimento Regional ficarão mais claros no texto, e haverá um novo cálculo de transição para o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que unificará o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Imposto sobre Serviços (ISS).

"No Conselho Federativo, vamos ter que ter paridade, estamos desenhando a melhor forma de fazer isso. A ideia é que tenhamos isso claro na PEC [proposta de emenda à Constituição]. A transição [do IBS], estamos finalizando, estamos calculando e pactuando com todos os estados", declarou Ribeiro.

Apesar de vários governadores terem oferecido resistência nos últimos dias, Ribeiro se disse confiante em resolver as divergências até esta quarta (5). "Esses pontos, já tínhamos um compromisso político de discutir. Vamos tentar fazer a convergência entre os estados no que for possível."

Em relação ao Conselho Federativo, que definirá as políticas fiscais e tributárias, Ribeiro afirmou que o órgão será mantido, mas a composição será mais detalhada para dar paridade aos estados em relação à União.

Cesta básica

Sobre o impacto da reforma tributária em relação à cesta básica, Ribeiro reiterou o compromisso de não onerar os produtos e disse que pretende inserir, no texto, uma definição de cesta básica nacional. "Vamos colocar [a definição]. Eu já disse que não vamos onerar [a cesta básica]", garantiu. O deputado não forneceu mais detalhes de como seria essa definição.

No último fim de semana, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) apresentou um relatório segundo o qual o fim da isenção de tributos federais sobre a cesta básica encareceria os itens em 59,83% em média.

Na segunda-feira, durante a instalação da Câmara Temática de Assuntos Econômicos do Conselhão, o secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, prometeu a apresentação de cálculos que comprovem que a cesta básica não será onerada.


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Na avaliação do relator, diversos empresários, principalmente de setores de cadeia produtiva curta, que serão afetados pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), têm feito lobby nos últimos dias contra a reforma tributária.

"Não fui procurado por nenhum consumidor. Pelos setores, empresas, todo mundo que tem condição de ser fazer lobby na Casa [na Câmara dos Deputados], aí sim, somos procurados de manhã, de tarde e de noite", declarou.

Guerra fiscal

Ribeiro também se manifestou contrário à manutenção do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que permitiria a manutenção da guerra fiscal entre os estados. Segundo ele, se a guerra fiscal fosse boa, com estados concedendo descontos no ICMS para atrair empregos, diversos estados não estariam em dificuldades financeiras nem teriam aderido a planos de recuperação fiscal.

O relator destacou que a reforma prevê um Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais, que garantirá incentivos concedidos pelos governadores até 2032, e que haverá um Fundo de Desenvolvimento Regional, com aportes da União em R$ 8 bilhões em 2029 e que passarão para R$ 40 bilhões anuais a partir de 2033.

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