Economia internacional afeta exportações do calçado brasileiro
Dados da Abicalçados revelam cenário preocupante na indústria calçadista
No primeiro semestre do ano, foram embarcados 64,74 milhões de calçados brasileiros, que geraram US$ 626,5 milhões, quedas de 3,8% e 13,6% em relação ao mesmo período do ano passado. O mês de junho, teve uma queda ainda mais expressiva. As exportações do mês passado, somaram 7,4 milhões de pares e US$ 88,12 milhões, menos 30,3% e 22%, respectivamente, em comparação com o ano de 2022.
Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) e foram divulgados na tarde desta segunda-feira (10). "O fato é que a pandemia desregulou o mercado e agora estamos passando por um ajuste. O ano passado foi extraordinário em todos os seus números, sendo natural que haja uma queda em função daquela base de comparação elevada. Mas a queda está sendo mais acelerada do que imaginávamos”, alerta o presidente-executivo da entidade calçadista, Haroldo Ferreira.
Além da base de comparação, há um outro fator preocupante. O desaquecimento da economia internacional que tem causado fortes impactos na economia brasileira. Entre os destinos, Ferreira, destaca os Estados Unidos, que já figurou como principal no recebimento de pares verde-amarelos.
De acordo com a Abicalçados, os Estados Unidos vêm comprando menos calçados brasileiros em 2023. No primeiro semestre, os embarques para lá somaram 5,32 milhões de pares e US$ 111,77 milhões, quedas de 38,5% e 55,5%, respectivamente, ante mesmo ínterim de 2022.
No primeiro semestre de 2023, o principal destino dos calçados brasileiros no exterior foi a Argentina. No período, foram embarcados para lá 7,84 milhões de pares por US$ 128 milhões, queda de 4,3% em volume e alta de 41% em receita na relação com o mesmo intervalo do ano passado.
O Rio Grande do Sul segue sendo o Estado que mais arrecada divisas com as exportações de calçados. No primeiro semestre, partiram das fábricas gaúchas 18,12 milhões de pares por US$ 273,56 milhões. No entanto, o RS também representa queda nas exportações de 16,4% e 8,6%, respectivamente, ante período correspondente do ano passado.