Nova prefeita de Parobé promete atenção especial às mulheres

Com discurso moderado e de tom conciliador, Maria Eliane Nunes (MDB) recebeu as chaves da prefeitura e tomou posse como prefeita interina de Parobé na tarde de terça-feira (10). Até então presidente da Câmara de Vereadores, a emedebista foi alçada ao cargo máximo do Executivo com o afastamento de Irton Feller (MDB), determinado pelo juiz eleitoral de Taquara, Frederico Menegaz Conrado. Agora, a cidade do Vale do Paranhana estará sob novo comando a partir desta quarta-feira (11), mas o MDB permanece ditando as cartas no centro administrativo.

Como bandeira de governo, a prefeita interina diz que pretende atuar na construção de políticas públicas para as mulheres parobeenses. "Este é meu lema desde a Câmara. Vamos fazer muitos encontros. Já estamos com parcerias com a Famurs, inclusive", adianta.

A rede de acolhimento, no governo Maria Eliane, também será ampliada. "A gente pretende implementar a Sala Lilás, com psicóloga para fazer o primeiro atendimento à mulher vítima de agressão ou qualquer outra situação", diz.

Quem entra

Maria Eliane, que foi conselheira tutelar e está no segundo mandato como vereadora, promete concentrar esforços em três áreas: saúde, segurança e educação. Sobre a equipe de trabalho, não vai mexer no time de Feller. "Vou aproveitar o recesso para pedir relatórios e quero fazer um 'pente-fino' nas contas. Porém, minha intenção não é fazer nenhuma mudança", disse ela.

Outro foco está na busca por apoio popular. "As portas do meu gabinete estarão sempre abertas", frisa. A emedebista quer dar atenção especial às mulheres e tem planos para reforçar a participação feminina na sociedade local.

Quem sai

O ex-prefeito teve o registro de candidatura negado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS) e, por fim, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, no mês de outubro. Por conta desse imbróglio, Feller não tomou posse em 1º de janeiro de 2017, como os demais prefeitos do País. Ele esperou 1 ano e 8 meses até conquistar o direito de governar a cidade de 58 mil habitantes. Por ironia do destino, a gestão do emedebista durou menos que isso. Afinal de contas, ele permaneceu apenas 483 dias no posto.

A novela de embates jurídicos e eleitorais a que assistem os parobeenses só ganhou mais um capítulo com a posse de Maria Eliane. O município completa a marca expressiva de ter três prefeitos diferentes num período de três anos. E o impasse na gestão da administração pública persistirá, já que, nos próximos dias, o TRE-RS deve marcar a data da eleição suplementar para mandato até dezembro de 2020.

Aval de Feller e gestão voltada ao diálogo popular

Pregando união e trabalho, a nova prefeita de Parobé quer estreitar os laços com o poder Legislativo, sua origem, mas ampliá-lo com outros segmentos da sociedade. "Espero contar com apoio dos empresários, da Câmara", disse. Além disso, Feller garantiu ter plena confiança na sucessora.

Impactos na Câmara

Antes de deixar provisoriamente o Legislativo para comandar a prefeitura, Maria Eliane Nunes transmitiu o cargo mais importante do Legislativo ao vice, Antônio Carlos dos Santos (PDT). O pedetista prometeu lealdade à colega e garantiu manter as portas do Parlamento abertas aos pleitos da emedebista durante sua gestão. No município, o mandato da Mesa Diretora é de dois anos. Com isso, não ocorrerá disputa pelo comando da Casa agora em dezembro.

Durante período de indefinição sobre o deferimento ou não do registro de candidatura de Irton Feller, Maria Eliane será a segunda legisladora a assumir o Executivo interinamente. De janeiro de 2017 a agosto do ano passado, Moacir Jagucheski (Cidadania) governou a cidade até a Justiça determinar a posse do agora ex-prefeito para 13 de agosto de 2018. A ex-vereadora Marizete Pinheiro (PP) foi a vice-prefeita de Feller neste 1 ano e 4 meses de gestão.